terça-feira, 8 de dezembro de 2020

1000 DIAS SEM MARIELLE. ATÉ QUANDO VÃO PROTEGER OS ASSASSINOS DE MARIELLE FRANCO E ANDERSON GOMES?

O que aconteceu no dia 14 de março de 2018 continua sem respostas efetivas para todos nós, que exigimos imediato esclarecimento sobre este que foi um dos crimes políticos mais bárbaros e nefastos dos últimos anos.

 Marielle Franco e Anderson Gomes foram executados covardemente na capital carioca por uma ação armada planejada. As investigações confirmaram o envolvimento de diversos policiais e milicianos no crime, tendo sido alguns presos e revelando a existência de um sórdido aparato criminoso sob a tutela de agentes da Segurança Pública do Rio de Janeiro.

 Entretanto, ainda continuam na obscuridade os reais motivos que levaram a então vereadora do PSOL e seu motorista serem assassinados na emboscada que completa hoje seu milésimo dia, assim como é ainda desconhecido do público quem foram seus planejadores e mandantes.

 Os depoimentos e evidências conseguidas até aqui deixam claro que o assassinato de Marielle e Anderson é um caso incômodo para parte do sistema político vigente, visto que muito se tem feito para que o prosseguimento das investigações não seja levado com a seriedade que requer este crime, de tamanha gravidade.

 Exigimos, portanto, que todos os órgãos responsáveis, e em especial o Supremo Tribunal Federal tome as devidas providências para que a resolução deste caso seja alcançada o mais rápido possível.

 O assassinato de uma parlamentar negra e periférica, lutadora incansável dos Direitos Humanos, inimiga declarada da violência estatal e do crime organizado precisa ser solucionado, em nome de todos/as que defendem a justiça.

 Basta de violência e impunidade!

 Marielle Franco e Anderson Gomes, presente, hoje e sempre!

 

Enfrente, 08 de dezembro de 2020




 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

NOTA DE REPÚDIO CONTRA O CONFISCO SALARIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

Vimos, por meio desta nota, manifestar nosso mais veemente repúdio a mais um ataque aos servidores públicos municipais por parte do Tucanato Paulista em São Bernardo do Campo.

Dez dias após sua reeleição em primeiro turno, o chefe do poder executivo municipal de São Bernardo do Campo envia um projeto de lei alterando a alíquota da contribuição previdenciária dos funcionários públicos, confiscando ainda mais o salário dos servidores ativos e inativos. Mais uma vez a Câmara Municipal de São Bernardo do Campo age como um chanceladora dos ataques do governo municipal, pois tal lei foi aprovada sem discussão prévia e sem consulta aos atingidos por tal medida. Vale lembrar que há recursos financeiros para patrocinar a volta do MINERVA (servidor público que tem os vencimentos de cargo comissionado incorporado ao salário de funcionário de carreira, de forma proporcional conforme o tempo), o que irá beneficiar os asseclas do governismo.

Mesmo com salários congelados, progressões e biênios suspensos, o tucanato não hesitou em atacar os servidores, e seguindo a lógica privatista e de desmonte do serviço público, também foi extinta a Fundação Criança e a ETC (Empresa de Transporte Coletivo) com a justificativa da necessidade de medidas de austeridade econômica, pois o município teve significativa queda de arrecadação.

Mais uma vez a classe trabalhadora paga o preço da crise gerada pela elite política e econômica. Não há saída além da organização, da luta e da resistência urgente.


26 de novembro de 2020, Direção Enfrente!

 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

NOTA A RESPEITO DAS ELEIÇÕES NESTE SEGUNDO TURNO

Considerando que estamos em meio a uma gravíssima pandemia, patrocinada pelos negacionistas defensores da necropolítica;

Considerando que, por meio da eleição de um presidente que apresenta características fascistas, estão destruindo os poucos direitos conquistados a duras penas pela classe trabalhadora ao longo de anos de lutas;

Considerando os esforços dos lutadores sociais, expostos aos riscos da pandemia para destruir os facismilitares incrustados no governo, que solapam nossos direitos e a dignidade humana, como fartamente divulgado pela grande imprensa e nas redes sociais;

Considerando que não conseguiremos enfrentar os governantes nas suas respectivas esferas de poder isoladamente, sectariamente e desconhecendo o significado do papel das eleições burguesas;

Entendemos que neste momento é fundamental somarmos forças no segundo turno, apoiando candidatos e candidatas localizados no campo progressista, numa frente tática de combate às mazelas e sequelas das ações do  desgoverno federal, e também dos estaduais e municipais.

Neste sentido, indicamos votos nos candidatos/as neste segundo turno, nos municípios em disputa pelo PSOL, PT e PCdoB.


São Paulo, 23 de Novembro de 2020

Direção Enfrente! 



sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Mês da Consciência Negra!

Acabei de reler o livro de Nei Lopes, O racismo explicado aos meus filhos (publicação da Agir Editora ltda, 2007). Uma importante publicação que, de forma simples e profunda, revela em grande parte as polêmicas em torno desse tema, muito difundidas e pouco esclarecidas.

O livro é delicioso, pois a partir de conversas contínuas através dos personagens Paulinha e Pedrinho com seus pais, Paulão e Lia, discorrem historicamente sobre temas relacionados ao racismo, esclarecendo conceitos e a etimologia das palavras ao longo do percurso estudado.

A partir de uma olhada no sumário, o diálogo familiar vai tratar da ideia de superioridade ariana, do racismo cientifico, do massacre aos povos indígenas, da escravidão a partir do berço da humanidade (África), do racismo nos Estados Unidos e seu impacto nos dias atuais, discutem o apartheid, a democracia racial, a criminalidade, as cotas e o racismo moderno.

Destaco o registro e as definições contidas no capítulo oito, página 101, onde afirma que “A escravidão existe desde a antiguidade. E todos os povos a conheceram. No Egito antigo, na Grécia, em Roma, em todos os lugares houve escravidão. Mas a diferença entre essa escravidão, existente na Antiguidade europeia e mesmo outrora na África, e aquela que aconteceu depois da chegada de Cristovão Colombo à América é muito grande. Na antiguidade, o que havia era na verdade servidão. E na Idade moderna, depois das grandes navegações portuguesas, o que reinou, mesmo, foi o que se define como cativeiro”.

O autor define ainda, que “Cativo é um indivíduo que foi capturado, perdeu sua liberdade e ficou retido. Servo é a pessoa sem liberdade própria, obrigada á prestação de serviços, tendo sua pessoa e bens dependentes de um senhor”.

A escravidão foi um rendoso comércio a partir dos “Grandes Descobrimentos” aproximando efetivamente a Europa, Ásia, África e América. A partir do processo das navegações, a Europa passa a dominar outros continentes. Desde 1470, os europeus, liderados pelos portugueses, com o conhecimento e domínio técnico das navegações ao chegarem à África desenvolveram intenso comércio de manufaturas, tecidos, bebidas, fumo, armas de fogo e outros produtos. “Em pagamento, recebiam ouro, marfim e principalmente, jovens trabalhadores escravos, cuja mão-de-obra passava a ser necessária para o trabalho de exploração econômica das terras que começavam a explorar nas Américas” (pg. 104).

O autor acrescenta que “(...) graças ao cativeiro e à escravidão de africanos e seus descendentes nas Américas, a Inglaterra e a França, dominando Portugal e Espanha e assumindo a liderança na Europa, tornaram–se as nações mais poderosas do mundo” (pg. 105)

Com a leveza de um permanente diálogo familiar, Paulão define que racismo é uma “ilusão de superioridade” que é absolutamente injustificável sob qualquer aspecto, caracterizando que várias terminologias são verdadeiros carimbos que irão marcar as pessoas, individual ou coletivamente no decorrer da história.

Dentre todos os capítulos, a luta contra a servidão e a escravidão foi uma constante na história desses povos, porém, a luta do povo Haitiano me chamou a atenção pela importância histórica e pela capacidade de resistência dos escravizados. O capítulo nove, que trata do Haiti, racismo e independência nas Américas, faz entender que foi um marco significativo da resistência dos negros organizados contra essa chaga histórica que foi e continua sendo a escravidão.

Assim, “Paulão inicia a conversa sobre a sangrenta Revolução Haitiana, movimento que, a partir de 1791, inspirado pela revolução Francesa, culminou com a tomada de poder pelos ex-escravos, constituindo-se no marco inicial da extinção da escravidão negra nas Américas” (pg. 109).

A Revolução Francesa aconteceu em 1789, se constituindo como o grande marco nas lutas pelos direitos humanos, além de incentivar novos momentos históricos segregados até então, e de certa forma, aparentemente imutáveis. Após a revolução em 1791, o “Saint Domingue” passou a ser denominado de Haiti, uma referência a um nome indígena, e teremos então a primeira nação constituída a partir da revolta concreta de escravizados. Com essa vitória, as grandes potências se organizam a aprofundam o ódio aos negros, uma vez que o exemplo do Haiti passou a ser seguido em várias partes do mundo. Na Jamaica em 1791, os negros enfrentaram o poder colonial, da mesma forma que nos Estados Unidos de 1805 a 1860, na Revolta dos Malês em 1835 na Bahia, e em Cuba na insurreição de 1844. Fundamentalmente, a partir “(...) de sua independência, consolidada em 1804, é que surgem as teorias sobre a inferioridade dos negros, defendidas pelo “racismo cientifico” de Gabineau e seus seguidores” (pg. 110).

”E aí o chamado Ocidente, que já detestava aqueles negros ousados que haviam derrotados Napoleão, comprou a imagem vendida por Hollywood e passou detestar ainda mais o Haiti” (pg 110). Ao falar do preconceito ainda vivo nos dias atuais, os personagens vão buscar historicamente as raízes desse ódio ao afirmarem que “(...) a resistência à escravidão, através de fugas, aquilombamentos e mesmo assassinatos de senhores, consolidou o estereótipos do negro bandido, já existente no imaginário europeu. Presente na literatura e no cinema - assim como o ‘indio mau’ nos Estados Unidos -, esse ‘carimbo’ foi estampado na terra dos moradores dos núcleos mais pobres, mormente das favelas” (pg. 161).

O autor vai debater sobre a importância das cotas e sua necessidade como “importante arma de combate ao racismo” (pg. 169).

Sobre o racismo moderno o livro discorre sobre os vários aspectos do racismo camuflado e mantém em aberto o aprofundamento dos estudos dessa importante temática e finaliza combatendo, veementemente, as formas ainda presentes de se reafirmar, de ver, ler, agir e justificar a escravidão.

“Finalmente, observemos que uma outra forma de racismo é aquela em que o racista se mostra simpático e cordial para com o grupo que discrimina, mas adota comportamento cordialmente discriminatório, através de humor, do uso de ditos populares e de brincadeiras carregadas de conotações raciais. Este é o caso, por exemplo, daqueles indivíduos “boa praça” que, “de brincadeirinhas” e diante, mesmo de amigos negros, diverte-se contando “piadas’ de crioulo” na mesa do bar” (pg 181).

Como podemos perceber outros relatos históricos certamente servirão de referências para o entendimento das lutas e resistências dos negros em várias partes do mundo e, em particular, no Brasil.

Na verdade, espero que leiam o livro pela profundidade que tem, pela facilidade dialógica e pela necessidade de enfrentarmos todos os problemas que fere o ser humano, de forma mais profundamente radical possível. O livro ainda traz uma vasta bibliografia, que somada a outras deve ser objeto de leituras e releituras permanentes, já que o racismo e a opressão de classe estão profundamente presentes no cotidiano das ruas, das academias, nos palacetes e na verbalização de uma cultura introjetada pelos dominantes de plantão.



Aldo Santos, ex-vereador em São Bernardo do Campo, autor do projeto de lei que criou o feriado municipal do Dia da Consciência Negra na cidade. Militante sindical, popular e partidário, ativista do espaço cultural Luiza Mahin e membro da direção da Enfrente.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Marighella - O homem, a história, o filme

 

Há 51 anos, Carlos Marighella era covardemente assassinado em uma emboscada que contou com a participação de membros do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e do famigerado delegado Sérgio Paranhos Fleury, famoso assassino e torturador que lamentavelmente morreu antes de pagar pelos seus crimes.

Há cerca de um ano, esperamos pela estreia do filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura. Em entrevista ao jornalista Leonardo Sakamoto, Moura declarou que os entraves burocráticos junto às verbas da Ancine constituem sim uma forma de censura.

A Paris Filmes finalmente divulgou o trailer oficial, disponível na internet e uma nova data de estreia, para 14 de abril de 2021.

Realmente, não estamos falando de qualquer um. Estamos falando de Carlos Marighella, o “inimigo número um da ditadura militar”. Do leitor, do estudioso, do poeta, do estudante de engenharia civil, do neto de escravos, do filho de negra nascida livre e do imigrante italiano, do pai, companheiro, militante e sonhador.

Sua marca na História do Brasil ainda hoje é tão forte que a sua cinebiografia segue censurada. Seu nome não é esquecido nem pelos seus algozes, nem pelos filhotes saudosos dos porões da ditadura, onde trabalhadores e trabalhadoras eram torturados e assassinados por covardes sanguinários.

O nome de Carlos Marighella ainda estremece aqueles que carregam a sanha da violência inominável, da democracia despedaçada, da liberdade negada.

Carlos Marighella, presente!!

#Marighellapresente

#DitaduraNuncaMais

 

Alessandra Fahl Cordeiro Gurgel – Historiadora, Escritora, Professora de História na Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, militante da Apeoesp Subsede Franco da Rocha, do PSOL e da Enfrente!.




O "estupro culposo" e a vítima como réu

 

Ontem, 03/11/2020, o Brasil assistiu estarrecido ao julgamento de uma moça que foi drogada e estuprada. Mas não era ela a vítima? Não seria o estuprador o julgado em questão? Sim, era para ser. Mas não foi.

Mariana Ferrer era Youuber, influencer e trabalhava promovendo eventos de elite, recepcionando convidados e clientes de casas luxuosas de “baladas”. Caiu numa verdadeira “arapuca”. Caiu no famoso “boa noite Cinderela”. Perdeu os sentidos, acordou sozinha, sem a presença de suas “amigas”, desnorteada, sem lembrar-se de nada, sem saber o que havia ocorrido e com as roupas cheias de sangue.

Pediu socorro pelo celular para as “amigas”, que nada fizeram e fingiram “demência”. Pediu socorro para a mãe, que a princípio esbravejou achando que a filha acabara de tomar o seu primeiro “porre”. Pediu um Uber. Finalmente chegou em casa.

E quando a mãe foi lhe dar banho, observou com horror o vestido novinho da filha todo rasgado e cheio de sangue nas “partes de baixo”. Entendendo aos poucos o que havia acontecido, entrou em contato com a responsável pela contratação da filha para os eventos. Pediu as filmagens da casa onde Mariana estava trabalhando. Acionou a polícia.

Mariana foi atendida por homens o tempo todo. No registro da ocorrência, no exame médico com fotografias de sua intimidade, tudo.

As “amigas” não notaram nada de anormal. A casa onde Mariana estava trabalhando alegou que as filmagens haviam sido perdidas, pois o registro dura apenas quatro dias, sendo que a sua mãe solicitou as imagens no dia seguinte.

O sêmen do estuprador foi comprovado por exame de DNA, dentro e fora de Mariana. O rompimento do hímen foi provado por laudo médio. E enquanto Mariana recebia o tratamento de coquetel anti DST´s, vomitando, sofrendo tonturas, recebeu a “visita” de um delegado que simplesmente invadiu o condomínio onde mora para interroga – la. Sozinha com a irmã mais nova, sequer conseguia entender o que estava acontecendo, quando o seu pai chegou e atenuou a situação – porque sabemos, um homem costuma respeitar o outro.

E ontem tivemos o ápice deste processo. E com a novidade de um precedente jurídico sequer previsto no código penal brasileiro: ESTUPRO CULPOSO (em tese, estuprou sem a intenção de estuprar, foi sem querer). Humilhada, atacada, tratada pior do que os piores assassinos pelo juiz – palavras da própria Mariana – até fotos de divulgação do seu trabalho foram mostradas mediante comentários inaceitáveis, como “nesta foto você chupa o dedo”, “nestas fotos vocês está em posição ginecológica”.

Estatísticas apontam que 135 mulheres são estupradas por dia no Brasil. Alguém acredita nisso? Alguém acredita que SOMENTE 135 mulheres são estupradas no Brasil por dia? Em sã consciência, quem racionar sob a lógica de que a denunciante torna – se ré, quantas mulheres não deixam de relatar às autoridades que foram estupradas com medo de terem o mesmo destino de Mariana?

Afinal, vivemos no país do “estupra mas não mata”, “só não te estupro porque você não merece”, “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, “tava de mini saia, se exibia toda, provocava os homens, esperava o quê?”, “estava fazendo o que àquela hora da noite na rua?”.

Nenhuma mulher está segura. Nem dentro e nem fora de casa. Nem de mini - saia, nem de saia no tornozelo. Nem de batom vermelho, nem com a cara lavada.

Precisamos chegar ao cúmulo do ESTUPRO CULPOSO para uma esmagadora maioria da sociedade brasileira, que banaliza a violência contra mulher desde 1500, ficar chocada com um caso que teve repercussão em redes sociais, na televisão, e ainda afrontou o próprio código penal, redigido por homens. Ah, e ela era virgem. Ah, e ela não bebeu todas. Ah, e ela estava trabalhando.

E se não fosse virgem? E se tivesse bebendo todas? E se não estivesse trabalhando? Você justificaria o estupro?

#justiçaporMariFerrer

#seumachismomata

#estuproculposonãoexiste


Professora Alessandra Fahl Cordeiro Gurgel - Historiadora, Professora de História da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, militante da Apeoesp Subsede Franco da Rocha, do PSOL e da Enfrente!.


 





terça-feira, 20 de outubro de 2020

HASTA LA VICTORIA SIEMPRE, BOLÍVIA!


Os povos de toda a América Latina assistiram desolados aos tremores sociais que atingiram a vizinha Bolívia a cerca de um ano atrás. Evo Morales, líder do movimento popular que em 2006 chegou ao poder em um dos países mais pobres do continente, historicamente explorado e violentado pelas grandes potências e pelos países vizinhos, com uma população composta em sua grande maioria por indígenas, fez da Bolívia um Estado Plurinacional, apresentando os melhores índices de crescimento econômico da região da última década e promovendo uma expressiva melhora nas condições de vida de seu povo. Estava em vias de chegar ao seu quarto mandato consecutivo quando teve de abandonar seu posto às pressas, para não ser arrastado pela onda de violência que resultou no mais nefasto golpe liderado pela extrema-direita ocorrido na região nos últimos anos.
Seguindo a nova moda dos elementos pró-imperialista nos trópicos, a senadora Jeanine Áñez foi auto-proclamada presidente interina do país, impondo um governo de viés fundamentalista que mergulhou a Bolívia em um mar de extrema violência que há muito ali não se via. Sob medidas de verdadeiro Estado de exceção, vimos nestes agonizantes meses, policiais e milícias de extrema direita perseguirem, prenderem e assassinarem centenas de dirigentes sindicais, militantes de movimentos sociais e líderes comunitários.
Após meses de conflitos e paralisações vistas nas ruas do país, a reação popular conseguiu neste domingo, após o regime ter adiado por três vezes as eleições presidenciais desde o golpe em outubro do ano passado, a fim de tentar criar uma situação favorável para se legitimar sob a faxada da legalidade, impor aos golpistas uma impactante derrota nas urnas. Luiz Arce, candidato do MAS e ex-ministro da Economia de Evo Morales foi eleito em primeiro turno com aproximadamente 53% dos votos válidos, mais de vinte pontos à frente do segundo colocado, Carlos Mesa. O retorno do MAS ao governo é para a esquerda latino-americana um dos eventos mais importantes ocorridos neste caótico ano de 2020. Alem disso, marca uma das grandes derrotas sofridas pelo imperialismo e pelo fascismo que ameaçam todas as nações do continente. Não imaginemos nem por um instante que a Casa Branca e as elites locais não tornarão a tomar impulso para uma nova escalada golpista. As eleições estadunidenses deste ano jogaram parte da esquerda para a torcida organizada de Joe Biden contra Donald Trump, vendo em uma eventual vitória do democrata, o enfraquecimento de Bolsonaro e da extrema-direita na região.
O que esquecem nossos bem intencionados companheiros é que o imperialismo não abandona suas pretensões conforme trocam seus governos. A Doutrina Monroe está em pleno vigor em sua versão mais violenta desde o fim da Guerra Fria, e a submissão de todo o continente continuará sendo o objetivo maior da política externa de Washington; do lítio boliviano e do petróleo venezuelano à floresta amazônica, a rapina de toda nossa riqueza e patrimônio nacional, e a cruzada contra Maduro e a Revolução Bolivariana continuarão a ser a prioridade dos EUA seja qual for o nome à sua frente.
O que vimos acontecer nesta segunda feira em La Paz vem à luz já sob a mira das armas do imperialismo, cedo ou tarde os EUA irão cobrar de seus vassalos uma nova tentativa de realizarem o golpe mal sucedido de 2019, mas o povo boliviano mostrou, para a glória de todos os povos latino americanos, que quando um povo compreende que sua emancipação é realizável, vale-se a pena lutar por ela até o fim. O país em que Che Guevara travou sua última guerra merece a solidariedade de todos que hoje lutam pela bandeira da soberania e da liberdade.
Ao povo boliviano, hasta la victória siempre!

                                                                                                        20 de outubro de 2020, Enfrente!


Diego Cana, membro da Direção da Enfrente


terça-feira, 22 de setembro de 2020

NOTA DO FÓRUM DE OPOSIÇÕES DA APEOESP


REABERTURA DAS ESCOLAS DURANTE A PANDEMIA É INACEITÁVEL! 

SE DORIA/ROSSIELLI INSISTIREM, NOSSA POSIÇÃO É INEGOCIAVEL:

 ORGANIZAREMOS A GREVE PELA VIDA! 


Na quinta-feira (17/09) o governo Doria anunciou a nova data para o retorno das aulas presenciais nas escolas do estado de São Paulo. Mais uma vez entre a ciência e os interesses econômicos dos setores empresariais, o governador de São Paulo optou pela a defesa do segundo. A pandemia segue numa dinâmica preocupante no país e no Estado de São Paulo, com milhares de casos diários, e ainda a baixa testagem é um dos principais problemas para termos uma exata noção da real dinâmica da pandemia no país, já que somos o 86˚ país em número de testes por milhão de habitantes.

Apesar de SP testar mais que o conjunto do país, os números não fogem à regra da subnotificação no número de teste com a proporção de 0,09 teste por habitante. Neste sentindo, o “novo normal” que o governo e a imprensa tentam nos convencer para justificar a abertura das escolas nada mais é que a normalização da morte, da banalização da vida e uma política que pode ter consequências drásticas para a vida social, pois os impactos da reabertura já são conhecidos no mundo e objeto de estudos que demonstram que afetaria mais de 2 milhões de idosos e adultos com comorbidades que vivem com crianças e jovens em idade escolar, fora o impacto sobre as próprias crianças e adolescentes e aos profissionais de educação.

Por isso reafirmamos que a reabertura das escolas durante a pandemia deve ser rechaçada. Os números da pandemia não nos permitem ter isso em perspectiva. Nos preocupa também a falta de estruturas nas escolas para a abertura segura. As escolas públicas não tiveram “preparação”, há ausência de pessoal, a necessidade de reformas estruturais, que garantam condições mínimas de ventilação, higienização dos ambientes, garantia do distanciamento social. A escola de verdade está longe da propaganda que Doria/Rossieli tentam vender à população.

A decisão da abertura atabalhoada da economia serviu à mesma lógica que agora utilizam para a abertura das escolas: a pressão dos donos das escolas particulares, que para manter seus lucros, não se importam em colocar em risco seus estudantes, professores e funcionários. Não se trata de uma medida para pensar no bem estar dos estudantes da rede pública e sim atender os interesse econômicos em detrimento da vida. 

Reafirmamos o chamado à categoria que, caso o governo não retroceda da abertura das escolas durante a pandemia em 07 de outubro ou em novembro, não nos restará outro caminho a não ser organizar a GREVE PELA VIDA das famílias trabalhadoras, de estudantes, funcionários e professores.

Temos que travar uma luta em cada escola, em cada bairro para convencer a comunidade dos riscos que a gestão Doria/Rossieli quer nos impor. A disputa das comunidades é fundamental. Foi este apoio que nos permitiu impedir até aqui que o governo já tivesse retomado as atividades presenciais nas escolas.


 O PAPEL DA APEOESP 

A posição ambígua sobre as discussões com a SEDUC nos materiais oficiais da entidade na última semana sobre a  proposta ao governo de retomada das aulas do terceiro ano do Ensino Médio, da EJA e do CIEJA  deram margem à interpretação de que a direção majoritária da nossa entidade defendeu o retorno, ainda que gradual, de aulas presenciais. Por outro lado, a resposta desequilibrada do setor majoritário, que, ao invés de corrigir o discurso, se utilizou do material oficial da entidade para antecipar a disputa eleitoral na entidade e nos atacar de forma leviana é inaceitável, pois se utiliza de um material de nossa entidade para atacar professores e professoras que estão organizando a luta contra a reabertura das escolas e fazem oposição à direção majoritária . Dividir neste momento só ajuda o governo. 

A maioria da direção de nossa entidade demonstrou sua visão monolítica de sindicato ao rejeitar críticas por não construir orientações precisas que armem a categoria para enfrentar o assédio e as pressões pela reabertura das escolas, que tendem a aumentar ao longo das próximas semanas, e ao mesmo tempo, ao não aceitar que faz parte do ambiente democrático da entidade as críticas e disputas de propostas para fortalecer a unidade na luta contra a política genocida de Bolsonaro e Dória. 

Não concordamos com o vale tudo na disputa de ideias, não aceitamos ataques morais e calunias e muito menos que estes debates sejam levados a justiça burguesa. Devemos resolver em nossas instâncias as diferenças e problemas políticos.

Também cabe a reflexão sobre como construir a disputa por uma alternativa de direção para a categoria: as acusações infundadas ao Fórum de Oposições e nominalmente aos seus dirigentes, como instrumento de disputa política, distorções das posições políticas feita por setores minoritários de oposição e a autoproclamação com fins eleitorais não ajudam a construir a necessária unidade das oposições para resgatar efetivamente nossa entidade para as mãos da categoria e fortalecer a democracia sindical e o sindicato como instrumento de luta. 

Ressaltamos que os ataques feitos por estes setores da oposição em grupos de whatsapp ou em boletins eletrônicos sobre supostos acordos, citando nominalmente o representante do Fórum de Oposições e diretor executivo eleito pela categoria, o professor Moacyr, é um método desleal, desrespeitoso, que fere a nossa tradição socialista pautada na verdade como instrumento de ação política. É uma conduta inadmissível e em nada contribui na unidade para uma APEOESP democrática, autônoma e de luta.


É preciso UNIDADE para derrotar Doria/Rossiele 

Nos preocupamos com os estudantes do terceiro ano do ensino médio, do EJA e do CEEJA, por isso defendemos suas vidas e tendo muita lucidez em compreender que não reverteremos prejuízos educacionais aceitando que o governo submeta estes estudantes ao risco de morte e adoecimento.


Devemos nos somar às vozes que defendem o adiamento do ENEM para maio, como decidiu a maioria dos estudantes na consulta feita pelo próprio MEC, e que o governo Dória garanta meios materiais para que os estudantes que estão com dificuldades possam ter acesso aos conteúdos e atividades, seja através da compra e distribuição de instrumentos como tabletes, smartphones com acesso irrestrito a internet banda larga para todos estudantes e professores da rede, seja com a distribuição de cestas básicas para garantir a segurança alimentar às famílias dos estudantes, além da aprovação da renda básica estadual para todos trabalhadores e trabalhadoras que necessitem, inclusive para as professoras e professores eventuais sem salários desde abril.

Este deve ser o programa de unidade entre nossa categoria e a comunidade escolar para garantir os direitos educacionais de nossos estudantes e o direito à vida de todos nós: APRENDIZAGEM SE RECUPERA, VIDAS NÃO! 


 SÃO PAULO 22 DE SETEMBRO DE 2020 

 Assinam: 

 *APEOESP Na Escola e na Luta 

 CS - Conspiração Socialista 

 ENFRENTE ! 

 MEOB 

 MOVE 

 Quinze de Outubro 

 RESISTÊNCIA 

 PARA UM NOVO COMEÇO 

 TLS - Trabalhadores na luta Socialista 

 UC - Unidade Classista

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Todo apoio aos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra!

A publicação pela manhã de ontem no Diário Oficial da União pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública André Mendonça, que dá permissão à Força Nacional para atacar assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra nos municípios de Prado e Mucuri, no sul da Bahia é um crime exemplar do mais abominável totalitarismo. Há dois dias atrás, o Jacy Rocha, um dos nove assentamentos ameaçados pela declaração de guerra do governo Bolsonaro distribuídos entre as duas cidades, foi atacado por elementos não identificados, deixando oito feridos, um trator e uma moto queimadas. O movimento alega como suspeitos um casal de ex-assentados, expulsos em meados de 2019 por violarem regras internas do MST e terem envolvimento com o tráfico de drogas, e que por acaso reapareceram, escoltados pela Polícia Militar, no dia 27 de agosto ao Jacy Rocha junto do superintendente do Incra, sob alegação deste de terem direito a um lote do assentamento.

Há uma articulação sendo erguida por dentro das instituições públicas, que busca destruir todo e qualquer resquício de reforma agrária no país. Famílias inteiras, que ali vivem, trabalham e educam seus filhos há quase uma década, e resistindo ao avanço dos ruralistas e de mineradoras, agora têm de encarar a ação aberta de um crescente regime político, que faz da destruição ambiental e da expansão da fronteira agrícola uma das razões de sua imunda existência. 

Deixamos registrado, o nosso repúdio a mais esse ataque fascista promovido por este governo genocida, e todo nosso apoio aos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra do sul da Bahia, vocês são a resistência!!


03/09/2020, Enfrente!


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Em defesa dos Correios!

 

Os trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, conhecida popularmente como Correios, decretaram greve em todo o país na última segunda-feira, 17 de agosto. Dos 100 mil funcionários que trabalham nesta que é a maior e mais abrangente empresa do ramo de entregas do Brasil, cerca de 70 mil aderiram à paralisação que já completa uma semana de duração, e que conta com prazo indeterminado para acabar.

A greve eclodiu após vir a público que se consolidaria a suspensão de 70 das 79 cláusulas de um Acordo Coletivo feito entre os funcionários e a empresa em outubro de 2019 - e que deveria durar até 2021 -, através de uma liminar apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli ainda no ano passado, e que acabou por ser referendada na última sexta-feira, 21 de agosto, já em plena vigência da greve. Dentre os direitos retirados ou atingidos pela revogação do acordo, estão a diminuição da licença maternidade de 180 para 120 dias, o fim do pagamento de horas-extras e adicional noturno e o fim do auxílio-creche, além do aumento da alíquota do plano de saúde dos funcionários.

Assim como outros segmentos de entregadores, os trabalhadores dos Correios pertencem a uma categoria de serviços essenciais, e estão entre aqueles que mais estiveram expostos a Covid-19, e não apenas não pararam de trabalhar um momento se quer, como ainda viram a demanda por seus serviços aumentarem por conta da pandemia. Mas não apenas as questões de natureza trabalhista sustentam a greve dos trabalhadores. A exemplo do que ocorre com outras importantes estatais brasileiras, os Correios estão também ameaçados pelo planos de privatizações do governo, ao que os grevistas se mostram severamente contrários, fazendo dessa a maior e mais importante bandeira do movimento.

Não há empresa ou riqueza nacional que hoje não esteja sob a mira do fogo da agenda ultra-liberal lançada pelo movimento golpista que assaltou o Brasil em 2016, e que se perpetua de forma quase despótica nas mãos de Bolsonaro e Guedes, que aceleram como nunca o entreguismo de nosso patrimônio, a dependência e o atraso econômico do país, sob um regime cada vez mais abertamente violento e destituído de vias democráticas. Devemos salientar ainda que, o sucateamento dos Correios tem impacto direto nas condições de trabalho e na qualidade dos serviços prestados, nos últimos anos, até o momento cerca de 21 mil funcionários deixaram de trabalhar na empresa, e mais de 450 agências em todo o país foram fechadas. Ainda que a empresa registre saldo positivo desde 2017, e que desde 2009 não possua o monopólio de serviços de entregas de mercadorias, argumentos como a baixa rentabilidade e a inexistência de concorrência no ramo são usados deliberadamente pelos embaixadores do neoliberalismo.

Os Correios cumprem antes de tudo o papel de garantirem um serviço essencial à nação, pois são a única empresa do ramo que atuam em todas as 5.570 cidades brasileiras, garantindo o atendimento a regiões inteiras que jamais viriam a ser contempladas por qualquer iniciativa privada por menos que o preço de sua dignidade. Vale lembrar que a Federação dos Trabalhadores em Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – a Fentect, se expressa acertadamente quando relaciona os ataques aos direitos dos trabalhadores à intenção de se vender os Correios, afinal todos sabem, menos empecilhos trabalhistas tornam mais rentável o leilão..

Seja aos que ali trabalham, seja aos que solicitam seus serviços, a privatização desta que é uma empresa pública estratégica não aponta qualquer horizonte positivo para os brasileiros, ao contrário, terá como tarefa apenas inflar os bolsos dos vencedores e dos marajás patrimonialistas, donos e árbitros do típico e usual jogo da privataria.

Em defesa dos Correios, juntos dos trabalhadores e trabalhadoras  que hoje lideram essa importante luta contra o retrocesso, nos colocamos a dizer não às demissões, não ao trabalho sem direitos, não à privatização!


 Diego Cana, membro da Direção da Enfrente!



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Direito a Vida é inegociável!

 

O Direito a Vida é inegociável!

 

A volta às aulas sem vacina será uma chacina!

Diante do gravíssimo momento e a singularidade em que vivemos e enfrentamos a pandemia do Covid-19 com a perda de mais de cem mil vidas por esta terrível doença, vimos aqui nos posicionar a respeito.

Com este quadro assustador o governo João Dória planeja o retorno das aulas no mês de outubro, não garantindo condições mínimas sanitárias para os docentes, alunos/as, funcionários e familiares.

O secretário da Educação estadual Rossieli reavalia o protocolo do Plano São Paulo de Flexibilização para transferir a responsabilidade do retorno a cada diretor escolar, isentando-se das responsabilidades legais que um chefe de governo deve ter.

Sabemos que o retorno das aulas irá contribuir com o aumento do índice de contaminações e essa inconsequência produzirá ainda mais mortes.

Reafirmamos que, mesmo com todas as manobras arquitetadas pelo governo João Dória/Rossieli visando o retorno forçado às aulas presenciais, tais manobras serão duramente combatidas em nome do bom senso e da responsabilidade nesse grave momento por que passa a sociedade paulista e brasileira.

Deixamos claro também que não aceitaremos a banalização da vida e, por isso mesmo, somos terminantemente contra o retorno às aulas no Estado de São Paulo como insiste o governador João Dória, seu secretário da educação Rossieli Soares e seus comandados, pressionados que estão pela burguesia capitalista que só pensa na economia e nos seus lucros.

A educação supõe a defesa de princípios fundamentais como a vida, a convivência fraterna e afetiva no espaço escolar, princípios estes hoje ameaçados por atitudes irresponsáveis diante da pandemia e o descaso do poder público com sua política genocida patrocinada pelos governos municipal, estadual e principalmente pelo governo federal.

 

Não ao retorno às aulas.

#Toda vida é única e insubstituível!

#Forabolsodoria

E N F R E N T E!

Lúcia Denardi, membro da Direção da Enfrente

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Reabrir escolas sem vacina será uma chacina!

https://youtu.be/UWHJIxmH0v8





"Uma realidade que ninguém queria 
Vivemos uma pandemia
Uma experiência que não conhecíamos
Casa sem festa, muito vazia
Aniversários diferentes do que fazíamos

Buscando preservar a vida
As escolas fechadas sem alegria
Da garotada toda envolvida
Cheia de juventude e euforia

Não passamos do perigo ainda
O vírus anda solto por aí
Matando e tirando a vida
Mesmo de quem não se distrair

Não é a hora de reabrir escolas
O conteúdo pode esperar
A vida deve se preservar
Pois com a vida não se vacila
Reabrir escola sem vacina
Será uma chacina

O passado sempre nos ensina
A História nunca nos mente
Somos contra política assassina
Por isso seguimos Enfrente!”

Alessandra Gurgel, membro da Direção da Enfrente

sábado, 25 de julho de 2020

25 de Julho: Dia da mulher negra, latino americana e caribenha

Dia 25 de julho foi escolhido como data da Mulher negra, latino americana e caribenha na República Dominicana, como um grito em combate ao racismo e em favor do feminismo negro. 
Nas fotos em destaque, podemos lembrar nossa querida Marielle Franco, assassinada em solo brasileiro; as irmãs Mirabal, assassinadas por lutar contra a ditadura do sanguinário ditador Trujillo na República Dominicana; Vilma Espin, revolucionária cubana, e Luiza Mahin, uma das líderes da Revolta dos Males em 1835 na Bahia. 
Faltam tantas outras...a coragem feminina não conhece limites. Não somos sexo frágil. 
Viva Carolina de Jesus! 
Viva Teresa de Benguela! 
Viva Dandara! 
Viva Chiquinha Gonzaga!
Viva Elza Soares!
Viva Mãe Menininha de Gantois!!







quarta-feira, 22 de julho de 2020

Retorna às aulas presenciais só com vacina!

São mais de 80.000 mortes provocadas pelo Covid-19 no Brasil, sem contar os infinitos casos de subnotificação. 
Vivemos uma gravíssima pandemia, lutando contra um inimigo invisível, desconhecido e imprevisível. 
Não existem condições seguras para a reabertura das escolas, para o retorno das aulas presenciais. 
Esta medida colocaria toda a comunidade escolar em risco. Estamos falando de vidas, de existências, de indivíduos, de famílias inteiras. 
Retorno às aulas presenciais, só com vacina!! 


https://www.youtube.com/watch?v=XtblhI6_PfA


terça-feira, 21 de julho de 2020

ENFRENTE! apoia o movimento “Vota FUNDEB” e repudia o texto governamental


ENFRENTE! apoia o movimento “Vota FUNDEB” e repudia o texto governamental


        Há mais de três anos estava em discussão na Câmara o Projeto de Lei que torna o FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – permanente a partir de 2021, já que o Projeto aprovado em 2007 caduca em 31/12/2020, pois era provisório. O governo Bolsonaro esteve todo esse tempo fora do debate, mas na última sexta-feira apresentou a sua proposta de última hora o qual piora e muito o Projeto da deputada  professora Dorinha Seabra (DEM-TO).

         O texto da relatora prevê um aumento escalonado que começaria em 12,5% em 2021 e chegaria a 20% em 2026, enquanto a proposta do governo prevê que o fundo seria retomado somente em 2022 com 12,5%, alcançando 20% somente em 2027. O texto do governo prevê ainda que, dos dez pontos percentuais de aumento na participação da União, metade vá para “transferência direta de renda para as famílias com crianças em idade escolar que se encontrarem em situação de pobreza ou extrema pobreza”; isto mostra a clara intenção governo Bolsonaro em criar o “Renda Brasil” que iria substituir o “Bolsa Família” criado no governo Lula. É uma clara manobra político-eleitoral.
            
      Na avaliação do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a destinação de recursos para programas de transferência de renda "representa um claro desvirtuamento do propósito do Fundeb, além de uma perda de 50% dos recursos novos a serem complementados pela União no novo Fundeb".Em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) afirmou que a proposta do governo cria um “apagão” para o financiamento e um colapso para a educação básica no Brasil em 2021.

         Outro retrocesso do texto do texto do governo em relação ao projeto original é que a exigência mantida de se aplicar no mínimo 70% no pagamento de salário dos profissionais da educação básica é limitada em até 70%, o que abre um perigoso precedente, pois os Estados e Municípios ficaram liberados para utilizarem a porcentagem que quisessem no pagamento dos profissionais da educação. Mais um golpe deslavado e um ataque imoral contra os educadores.

      Não será preciso citar mais evidências de que este governo, ao atropelar a votação do novo FUNDEB que vinha sendo construído há tempo na Câmara dos Deputados, não está preocupado em melhorar a educação neste país, ao contrário, revela claramente a sua intenção de sucatear ainda mais os recursos destinados ao desenvolvimento e manutenção da educação básica, aprofundando seu projeto ultraliberal-privatista de destruição da educação pública, de qualidade, laica e comprometida com o desenvolvimento autônomo do país, com a formação de cidadãos críticos, participativos e comprometida de fato com a liberdade e a democracia.

        Nisto se revela a farsa patriótica do governo Bolsonaro, seu conservadorismo fundamentalista, sua moral hipócrita e seu fascismo tosco, miliciano e negacionista!É a mesma prática genocida no combate à pandemia que se repete na educação, no meio ambiente, na economia, etc. Por isso que nós, da corrente ENFRENTE, repudiamos a proposta de última hora deste governo no tocante ao FUNDEB, e exigimos dos deputados federais a votação do texto original para que a melhoria da educação no Brasil seja de fato a melhora no ensino/aprendizado de nossos jovens, o que supõe, como condição sine qua non, a valorização dos profissionais da educação de nosso país!


Chico Greter, membro da Direção da Enfrente

E N F R E N T E !

segunda-feira, 20 de julho de 2020

“Os movimentos de resistência antifascista”

Não perca!


“Os movimentos de resistência antifascista”


Exposição de Diego Cana 

Quinta, 23/07, às 19h

Na página da Enfrente! no Facebook 




quinta-feira, 18 de junho de 2020

Vai tarde, Weintraub!

Vai tarde, Weintraub!
Não sem antes cometer racismo contra o povo chinês ao ridicularizar sua língua, chamar os ministros de STF de vagabundos e depois permanecer em silêncio no depoimento, participar de ato público com pautas inconstitucionais e antidemocráticas e, às vésperas de sua saída, revogar a portaria de cotas para a população  indígena, negra e portadora de deficiências em programas de pós graduação.

#ForaBolsonaroeMourao

#EleicoesDiretasJa

#Enfrente!

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Nota da Enfrente: Combate ao vírus e ao fascismo em defesa da democracia e do direito à vida.



Nota da Enfrente: Combate ao vírus e ao fascismo em defesa da democracia e do direito à vida.


            Os últimos meses têm sido dramáticos para a população brasileira. Crise social, política e econômica se confundem com uma pandemia que já vitimou mais de trinta mil pessoas em nosso país, colocando o povo trabalhador em um cenário onde as saídas se tornam cada vez mais estreitas. Desde meados de março, quando se anunciou em todos os estados medidas de isolamento social para combater-se a propagação do Covid-19, Jair Bolsonaro fez tudo que esteve ao seu alcance para sabotar qualquer tentativa de contenção e redução de danos por conta da pandemia.
            Apesar de todos os escândalos e crises internas que abalaram nos últimos meses o governo de Bolsonaro, o mesmo têm se aproveitado da gravidade da situação para avançar com seu projeto miliciano e autocrático. Se por um lado, mostra cada vez mais a incapacidade de seu governo em atender minimamente as necessidades mais básicas da população, pelo outro não recua um único passo em sua escalada fascista para acabar com o que resta do Estado Democrático de Direito. Os péssimos resultados apresentados em relação ao crescimento econômico do país, com o dólar já ultrapassando os cinco reais, a vergonhosa diplomacia exercida sob a tutela dos EUA, a escancarada interferência no poder Judiciário para impedir o andamento das investigações em sua família, e  o desastre das políticas de saúde pública no enfrentamento ao corona-vírus,  são compensados pela disseminação e radicalização do discurso fundamentalista e negacionista, e de ataques abertos às instituições da República, fantasiados de ataques pessoais a governadores e ministros.  Sua rede de terroristas virtuais dispara diariamente mentiras e conspirações sobre tudo que se possa pensar, passando pela real gravidade da pandemia, questionando números oficiais e posições de entidades e especialistas de todo o mundo sobre o uso de medicamentos, até a “ameaça vermelha” representada pelo dragão chinês, fonte de todo o mal que assombra o ocidente!
             A despeito disso, não há dúvidas de que uma onda fascista em marcha, que se aproveita do desespero da população pelo agravamento da crise econômica diante da pandemia, e do estado de imobilidade que se impôs a toda a esquerda diante da necessidade de se defender o isolamento social como combate à disseminação do vírus. Protestos de rua são semanalmente promovidos pela extrema direita bolsonarista. Ostentando bandeiras dos EUA, Israel e de grupos neonazistas ucranianos às claras, pedem desde a reabertura total dos comércios e o fim do isolamento até a instauração de um novo AI-5. Não bastando os ataques à democracia desses lunáticos de costume, vemos supremacistas brancos instalarem um acampamento militarizado em frente ao Palácio da Alvorada, defendendo explicitamente um golpe armado, munido de referências nazistas e até mesmo à Ku Klux Klan dos EUA.
            A cada instante, o sentimento de revolta cresce e toma conta da população que assistiu enclausurada a essa odiosa escalada autoritária se construindo diante de seus olhos até o último domingo, 31 de maio. Em muitas capitais do Brasil, movimentos sociais se juntaram ao chamado de coletivos de torcidas organizadas para levar a bandeira do Antifascismo às ruas, rompendo com a inércia de quase três meses de manifestações da oposição e levantando o grito da revolta dos trabalhadores que desejam estancar o projeto protofascista de Bolsonaro e seis seguidores.
            A este evento, vemos explodir centenas de manifestações nas redes sociais, em oposição direta ao avanço do fascismo bolsonarista, um clima de indignação se generaliza e começa a reverberar em diversos segmentos da sociedade, com a promessa que no próximo domingo, dia 07 de junho, as massas irão enfrentar Bolsonaro. Já se pode ver a reação do desespero burguês da direita e da extrema-direita, enquanto parlamentares do PSL já se mobilizam para tentar criminalizar os antifascistas; em São Paulo, Dória já demonstrou no último ato que sua polícia só usa violência contra o povo pobre e trabalhador. Enquanto tudo isso ocorre, nos EUA, a onda de protestos que acontecem neste momento em todo os EUA pelo assassinato de George Floyd, e que chegou às portas da Casa Branca, mostra que os povos de todo o mundo se cansaram de aceitar a humilhação e as injustiças promovidas por um sistema que usa da extrema-direita para continuar existindo.
            Não devemos abandonar a campanha pelo isolamento frente ao crescimento exponencial de mortos pela coronavírus (Covid-19), enquanto Bolsonaro barganha com a vida da população, o que fará aumentar em muito os números de vítimas, pois ele negligencia propositalmente a pandemia. Defendemos a vida e a dignidade humana, e, portanto, a necessidade de se reforçar os cuidados e práticas sanitárias e de isolamento, bem como políticas adequadas para suprir as necessidades mais imediatas da população. Dito isto, reconhecemos que a reação ao bolsonarismo está lançada, e que há a extrema necessidade de se tomar uma posição frente ao golpe em curso, enterrando-o de uma vez por todas e os arremessando na lata de lixo da história. Aqueles que estiverem aptos a comparecer à manifestação de domingo devem tomar todas precauções necessárias para evitar que se multipliquem os contaminados pelo Covid-19. Apoiamos os movimentos Antifascistas e sua luta pela defesa da Democracia, repudiamos toda e qualquer tentativa feita pela grande mídia de tentar igualar ou mesmo diminuir este movimento às nefastas passeatas e investidas fascistas deste governo autoritário, genocida e movido à “fake News”.

            Enfrente, companheiros e companheiras!

São Paulo, 05 de junho de 2020.
ENFRENTE

sexta-feira, 29 de maio de 2020

NOTA DA ENFRENTE: Contra o genocídio da população negra.

NOTA DA ENFRENTE: Contra o genocídio da população negra.
Nós últimos dias perdemos o menino João Pedro de 14 anos, assassinado dentro de sua casa no complexo do Salgueiro, favela na região metropolitana do Rio de Janeiro, morto por um tiro disparado pela polícia. Perdemos também George Floyd, trabalhador negro sufocado até a morte pela polícia estadunidense, desarmado, em frente as câmeras. Estes não são casos isolados, ambos foram alvos do terrorismo do Estado capitalista, o racismo estrutural é parte do capitalismo.
"Não existe capitalismo sem racismo", dizia o militante Malcolm X.
A classe trabalhadora precisa enfrentar os racistas, reagir organizadamente "por todos os meios necessários" contra o genocídio do povo negro.
Nos EUA a reação ao assassinato de Floyd já começou como revolta popular, com barricadas erguidas por trabalhadores negros, brancos e latinos contra o terrorismo de estado.
No Brasil um jovem negro morre a cada 23 minutos. A classe trabalhadora brasileira precisa transformar sua indignação em enfrentamento, seu luto em luta.