Nota da Enfrente: Combate ao vírus e
ao fascismo em defesa da democracia e do direito à vida.
Os últimos meses têm
sido dramáticos para a população brasileira. Crise social, política e econômica
se confundem com uma pandemia que já vitimou mais de trinta mil pessoas em
nosso país, colocando o povo trabalhador em um cenário onde as saídas se tornam
cada vez mais estreitas. Desde meados de março, quando se anunciou em todos os
estados medidas de isolamento social para combater-se a propagação do Covid-19,
Jair Bolsonaro fez tudo que esteve ao seu alcance para sabotar qualquer
tentativa de contenção e redução de danos por conta da pandemia.
Apesar de todos os
escândalos e crises internas que abalaram nos últimos meses o governo de
Bolsonaro, o mesmo têm se aproveitado da gravidade da situação para avançar com
seu projeto miliciano e autocrático. Se por um lado, mostra cada vez mais a
incapacidade de seu governo em atender minimamente as necessidades mais básicas
da população, pelo outro não recua um único passo em sua escalada fascista para
acabar com o que resta do Estado Democrático de Direito. Os péssimos resultados
apresentados em relação ao crescimento econômico do país, com o dólar já
ultrapassando os cinco reais, a vergonhosa diplomacia exercida sob a tutela dos
EUA, a escancarada interferência no poder Judiciário para impedir o andamento
das investigações em sua família, e o
desastre das políticas de saúde pública no enfrentamento ao corona-vírus, são compensados pela disseminação e
radicalização do discurso fundamentalista e negacionista, e de ataques abertos
às instituições da República, fantasiados de ataques pessoais a governadores e
ministros. Sua rede de terroristas
virtuais dispara diariamente mentiras e conspirações sobre tudo que se possa pensar,
passando pela real gravidade da pandemia, questionando números oficiais e
posições de entidades e especialistas de todo o mundo sobre o uso de
medicamentos, até a “ameaça vermelha” representada pelo dragão chinês, fonte de
todo o mal que assombra o ocidente!
A despeito disso, não há dúvidas de que uma
onda fascista em marcha, que se aproveita do desespero da população pelo
agravamento da crise econômica diante da pandemia, e do estado de imobilidade
que se impôs a toda a esquerda diante da necessidade de se defender o
isolamento social como combate à disseminação do vírus. Protestos de rua são
semanalmente promovidos pela extrema direita bolsonarista. Ostentando bandeiras
dos EUA, Israel e de grupos neonazistas ucranianos às claras, pedem desde a reabertura
total dos comércios e o fim do isolamento até a instauração de um novo AI-5. Não
bastando os ataques à democracia desses lunáticos de costume, vemos
supremacistas brancos instalarem um acampamento militarizado em frente ao
Palácio da Alvorada, defendendo explicitamente um golpe armado, munido de
referências nazistas e até mesmo à Ku Klux Klan dos EUA.
A cada instante, o
sentimento de revolta cresce e toma conta da população que assistiu
enclausurada a essa odiosa escalada autoritária se construindo diante de seus
olhos até o último domingo, 31 de maio. Em muitas capitais do Brasil,
movimentos sociais se juntaram ao chamado de coletivos de torcidas organizadas
para levar a bandeira do Antifascismo às ruas, rompendo com a inércia de quase
três meses de manifestações da oposição e levantando o grito da revolta dos
trabalhadores que desejam estancar o projeto protofascista de Bolsonaro e seis
seguidores.
A este evento, vemos
explodir centenas de manifestações nas redes sociais, em oposição direta ao avanço
do fascismo bolsonarista, um clima de indignação se generaliza e começa a
reverberar em diversos segmentos da sociedade, com a promessa que no próximo
domingo, dia 07 de junho, as massas irão enfrentar Bolsonaro. Já se pode ver a
reação do desespero burguês da direita e da extrema-direita, enquanto parlamentares
do PSL já se mobilizam para tentar criminalizar os antifascistas; em São Paulo,
Dória já demonstrou no último ato que sua polícia só usa violência contra o
povo pobre e trabalhador. Enquanto tudo isso ocorre, nos EUA, a onda de
protestos que acontecem neste momento em todo os EUA pelo assassinato de George
Floyd, e que chegou às portas da Casa Branca, mostra que os povos de todo o
mundo se cansaram de aceitar a humilhação e as injustiças promovidas por um
sistema que usa da extrema-direita para continuar existindo.
Não devemos abandonar a
campanha pelo isolamento frente ao crescimento exponencial de mortos pela
coronavírus (Covid-19), enquanto Bolsonaro barganha com a vida da população, o
que fará aumentar em muito os números de vítimas, pois ele negligencia propositalmente
a pandemia. Defendemos a vida e a dignidade humana, e, portanto, a necessidade
de se reforçar os cuidados e práticas sanitárias e de isolamento, bem como políticas
adequadas para suprir as necessidades mais imediatas da população. Dito isto,
reconhecemos que a reação ao bolsonarismo está lançada, e que há a extrema
necessidade de se tomar uma posição frente ao golpe em curso, enterrando-o de
uma vez por todas e os arremessando na lata de lixo da história. Aqueles que
estiverem aptos a comparecer à manifestação de domingo devem tomar todas
precauções necessárias para evitar que se multipliquem os contaminados pelo
Covid-19. Apoiamos os movimentos Antifascistas e sua luta pela defesa da Democracia,
repudiamos toda e qualquer tentativa feita pela grande mídia de tentar igualar
ou mesmo diminuir este movimento às nefastas passeatas e investidas fascistas
deste governo autoritário, genocida e movido à “fake
News”.
Enfrente, companheiros
e companheiras!
São Paulo, 05 de junho de
2020.
ENFRENTE
Estamos sem partidos de oposição para discutir e disputar a política. Pelo contrário esses partidos da esquerda liberal aderiu o projeto único da chamada direita de entrega o pais e assumiu o modelo agro Exportador. Prova cabal desta capitulação em votar nas PEC 10/2020 e PLP 39 que repassa toda as reservas do país para a banca privada. O senhor Paulo Guedes chegou até fazer uma piada num jantar referente a posição destes partidos da oposição em relação as tais PEC e PLP . Em 2021 não terá nenhum recursos para os setores públicos . Não teremos nem mais esses precários serviços públicos . Enquanto isso os bodes das salas estão sendo discutidos pelos os movimentos sociais liberais. E pior que o Bolsonaro está exercendo muito bem esse papel de ficar colocando os bodes na sala. Se ele continuar executando esse papel e bem provável que o detentor do poder político, que e o sistema econômico privado prefira continuar com ele em 2022 . Estamos abdicando da verdadeira política para ficar debatendo políticas chamadas minorias e debatendo temas sem nenhuma relevância para a soberania do país. Estamos entrando num beco sem saída .
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