terça-feira, 22 de setembro de 2020

NOTA DO FÓRUM DE OPOSIÇÕES DA APEOESP


REABERTURA DAS ESCOLAS DURANTE A PANDEMIA É INACEITÁVEL! 

SE DORIA/ROSSIELLI INSISTIREM, NOSSA POSIÇÃO É INEGOCIAVEL:

 ORGANIZAREMOS A GREVE PELA VIDA! 


Na quinta-feira (17/09) o governo Doria anunciou a nova data para o retorno das aulas presenciais nas escolas do estado de São Paulo. Mais uma vez entre a ciência e os interesses econômicos dos setores empresariais, o governador de São Paulo optou pela a defesa do segundo. A pandemia segue numa dinâmica preocupante no país e no Estado de São Paulo, com milhares de casos diários, e ainda a baixa testagem é um dos principais problemas para termos uma exata noção da real dinâmica da pandemia no país, já que somos o 86˚ país em número de testes por milhão de habitantes.

Apesar de SP testar mais que o conjunto do país, os números não fogem à regra da subnotificação no número de teste com a proporção de 0,09 teste por habitante. Neste sentindo, o “novo normal” que o governo e a imprensa tentam nos convencer para justificar a abertura das escolas nada mais é que a normalização da morte, da banalização da vida e uma política que pode ter consequências drásticas para a vida social, pois os impactos da reabertura já são conhecidos no mundo e objeto de estudos que demonstram que afetaria mais de 2 milhões de idosos e adultos com comorbidades que vivem com crianças e jovens em idade escolar, fora o impacto sobre as próprias crianças e adolescentes e aos profissionais de educação.

Por isso reafirmamos que a reabertura das escolas durante a pandemia deve ser rechaçada. Os números da pandemia não nos permitem ter isso em perspectiva. Nos preocupa também a falta de estruturas nas escolas para a abertura segura. As escolas públicas não tiveram “preparação”, há ausência de pessoal, a necessidade de reformas estruturais, que garantam condições mínimas de ventilação, higienização dos ambientes, garantia do distanciamento social. A escola de verdade está longe da propaganda que Doria/Rossieli tentam vender à população.

A decisão da abertura atabalhoada da economia serviu à mesma lógica que agora utilizam para a abertura das escolas: a pressão dos donos das escolas particulares, que para manter seus lucros, não se importam em colocar em risco seus estudantes, professores e funcionários. Não se trata de uma medida para pensar no bem estar dos estudantes da rede pública e sim atender os interesse econômicos em detrimento da vida. 

Reafirmamos o chamado à categoria que, caso o governo não retroceda da abertura das escolas durante a pandemia em 07 de outubro ou em novembro, não nos restará outro caminho a não ser organizar a GREVE PELA VIDA das famílias trabalhadoras, de estudantes, funcionários e professores.

Temos que travar uma luta em cada escola, em cada bairro para convencer a comunidade dos riscos que a gestão Doria/Rossieli quer nos impor. A disputa das comunidades é fundamental. Foi este apoio que nos permitiu impedir até aqui que o governo já tivesse retomado as atividades presenciais nas escolas.


 O PAPEL DA APEOESP 

A posição ambígua sobre as discussões com a SEDUC nos materiais oficiais da entidade na última semana sobre a  proposta ao governo de retomada das aulas do terceiro ano do Ensino Médio, da EJA e do CIEJA  deram margem à interpretação de que a direção majoritária da nossa entidade defendeu o retorno, ainda que gradual, de aulas presenciais. Por outro lado, a resposta desequilibrada do setor majoritário, que, ao invés de corrigir o discurso, se utilizou do material oficial da entidade para antecipar a disputa eleitoral na entidade e nos atacar de forma leviana é inaceitável, pois se utiliza de um material de nossa entidade para atacar professores e professoras que estão organizando a luta contra a reabertura das escolas e fazem oposição à direção majoritária . Dividir neste momento só ajuda o governo. 

A maioria da direção de nossa entidade demonstrou sua visão monolítica de sindicato ao rejeitar críticas por não construir orientações precisas que armem a categoria para enfrentar o assédio e as pressões pela reabertura das escolas, que tendem a aumentar ao longo das próximas semanas, e ao mesmo tempo, ao não aceitar que faz parte do ambiente democrático da entidade as críticas e disputas de propostas para fortalecer a unidade na luta contra a política genocida de Bolsonaro e Dória. 

Não concordamos com o vale tudo na disputa de ideias, não aceitamos ataques morais e calunias e muito menos que estes debates sejam levados a justiça burguesa. Devemos resolver em nossas instâncias as diferenças e problemas políticos.

Também cabe a reflexão sobre como construir a disputa por uma alternativa de direção para a categoria: as acusações infundadas ao Fórum de Oposições e nominalmente aos seus dirigentes, como instrumento de disputa política, distorções das posições políticas feita por setores minoritários de oposição e a autoproclamação com fins eleitorais não ajudam a construir a necessária unidade das oposições para resgatar efetivamente nossa entidade para as mãos da categoria e fortalecer a democracia sindical e o sindicato como instrumento de luta. 

Ressaltamos que os ataques feitos por estes setores da oposição em grupos de whatsapp ou em boletins eletrônicos sobre supostos acordos, citando nominalmente o representante do Fórum de Oposições e diretor executivo eleito pela categoria, o professor Moacyr, é um método desleal, desrespeitoso, que fere a nossa tradição socialista pautada na verdade como instrumento de ação política. É uma conduta inadmissível e em nada contribui na unidade para uma APEOESP democrática, autônoma e de luta.


É preciso UNIDADE para derrotar Doria/Rossiele 

Nos preocupamos com os estudantes do terceiro ano do ensino médio, do EJA e do CEEJA, por isso defendemos suas vidas e tendo muita lucidez em compreender que não reverteremos prejuízos educacionais aceitando que o governo submeta estes estudantes ao risco de morte e adoecimento.


Devemos nos somar às vozes que defendem o adiamento do ENEM para maio, como decidiu a maioria dos estudantes na consulta feita pelo próprio MEC, e que o governo Dória garanta meios materiais para que os estudantes que estão com dificuldades possam ter acesso aos conteúdos e atividades, seja através da compra e distribuição de instrumentos como tabletes, smartphones com acesso irrestrito a internet banda larga para todos estudantes e professores da rede, seja com a distribuição de cestas básicas para garantir a segurança alimentar às famílias dos estudantes, além da aprovação da renda básica estadual para todos trabalhadores e trabalhadoras que necessitem, inclusive para as professoras e professores eventuais sem salários desde abril.

Este deve ser o programa de unidade entre nossa categoria e a comunidade escolar para garantir os direitos educacionais de nossos estudantes e o direito à vida de todos nós: APRENDIZAGEM SE RECUPERA, VIDAS NÃO! 


 SÃO PAULO 22 DE SETEMBRO DE 2020 

 Assinam: 

 *APEOESP Na Escola e na Luta 

 CS - Conspiração Socialista 

 ENFRENTE ! 

 MEOB 

 MOVE 

 Quinze de Outubro 

 RESISTÊNCIA 

 PARA UM NOVO COMEÇO 

 TLS - Trabalhadores na luta Socialista 

 UC - Unidade Classista

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Todo apoio aos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra!

A publicação pela manhã de ontem no Diário Oficial da União pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública André Mendonça, que dá permissão à Força Nacional para atacar assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra nos municípios de Prado e Mucuri, no sul da Bahia é um crime exemplar do mais abominável totalitarismo. Há dois dias atrás, o Jacy Rocha, um dos nove assentamentos ameaçados pela declaração de guerra do governo Bolsonaro distribuídos entre as duas cidades, foi atacado por elementos não identificados, deixando oito feridos, um trator e uma moto queimadas. O movimento alega como suspeitos um casal de ex-assentados, expulsos em meados de 2019 por violarem regras internas do MST e terem envolvimento com o tráfico de drogas, e que por acaso reapareceram, escoltados pela Polícia Militar, no dia 27 de agosto ao Jacy Rocha junto do superintendente do Incra, sob alegação deste de terem direito a um lote do assentamento.

Há uma articulação sendo erguida por dentro das instituições públicas, que busca destruir todo e qualquer resquício de reforma agrária no país. Famílias inteiras, que ali vivem, trabalham e educam seus filhos há quase uma década, e resistindo ao avanço dos ruralistas e de mineradoras, agora têm de encarar a ação aberta de um crescente regime político, que faz da destruição ambiental e da expansão da fronteira agrícola uma das razões de sua imunda existência. 

Deixamos registrado, o nosso repúdio a mais esse ataque fascista promovido por este governo genocida, e todo nosso apoio aos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra do sul da Bahia, vocês são a resistência!!


03/09/2020, Enfrente!