REABERTURA DAS ESCOLAS DURANTE A PANDEMIA É INACEITÁVEL!
SE DORIA/ROSSIELLI INSISTIREM, NOSSA POSIÇÃO É INEGOCIAVEL:
ORGANIZAREMOS A GREVE PELA VIDA!
Na quinta-feira (17/09) o governo Doria anunciou a nova data para o retorno das aulas presenciais nas escolas do estado de São Paulo. Mais uma vez entre a ciência e os interesses econômicos dos setores empresariais, o governador de São Paulo optou pela a defesa do segundo. A pandemia segue numa dinâmica preocupante no país e no Estado de São Paulo, com milhares de casos diários, e ainda a baixa testagem é um dos principais problemas para termos uma exata noção da real dinâmica da pandemia no país, já que somos o 86˚ país em número de testes por milhão de habitantes.
Apesar de SP testar mais que o conjunto do país, os números não fogem à regra da subnotificação no número de teste com a proporção de 0,09 teste por habitante. Neste sentindo, o “novo normal” que o governo e a imprensa tentam nos convencer para justificar a abertura das escolas nada mais é que a normalização da morte, da banalização da vida e uma política que pode ter consequências drásticas para a vida social, pois os impactos da reabertura já são conhecidos no mundo e objeto de estudos que demonstram que afetaria mais de 2 milhões de idosos e adultos com comorbidades que vivem com crianças e jovens em idade escolar, fora o impacto sobre as próprias crianças e adolescentes e aos profissionais de educação.
Por isso reafirmamos que a reabertura das escolas durante a pandemia deve ser rechaçada. Os números da pandemia não nos permitem ter isso em perspectiva. Nos preocupa também a falta de estruturas nas escolas para a abertura segura. As escolas públicas não tiveram “preparação”, há ausência de pessoal, a necessidade de reformas estruturais, que garantam condições mínimas de ventilação, higienização dos ambientes, garantia do distanciamento social. A escola de verdade está longe da propaganda que Doria/Rossieli tentam vender à população.
A decisão da abertura atabalhoada da economia serviu à mesma lógica que agora utilizam para a abertura das escolas: a pressão dos donos das escolas particulares, que para manter seus lucros, não se importam em colocar em risco seus estudantes, professores e funcionários. Não se trata de uma medida para pensar no bem estar dos estudantes da rede pública e sim atender os interesse econômicos em detrimento da vida.
Reafirmamos o chamado à categoria que, caso o governo não retroceda da abertura das escolas durante a pandemia em 07 de outubro ou em novembro, não nos restará outro caminho a não ser organizar a GREVE PELA VIDA das famílias trabalhadoras, de estudantes, funcionários e professores.
Temos que travar uma luta em cada escola, em cada bairro para convencer a comunidade dos riscos que a gestão Doria/Rossieli quer nos impor. A disputa das comunidades é fundamental. Foi este apoio que nos permitiu impedir até aqui que o governo já tivesse retomado as atividades presenciais nas escolas.
O PAPEL DA APEOESP
A posição ambígua sobre as discussões com a SEDUC nos materiais oficiais da entidade na última semana sobre a proposta ao governo de retomada das aulas do terceiro ano do Ensino Médio, da EJA e do CIEJA deram margem à interpretação de que a direção majoritária da nossa entidade defendeu o retorno, ainda que gradual, de aulas presenciais. Por outro lado, a resposta desequilibrada do setor majoritário, que, ao invés de corrigir o discurso, se utilizou do material oficial da entidade para antecipar a disputa eleitoral na entidade e nos atacar de forma leviana é inaceitável, pois se utiliza de um material de nossa entidade para atacar professores e professoras que estão organizando a luta contra a reabertura das escolas e fazem oposição à direção majoritária . Dividir neste momento só ajuda o governo.
A maioria da direção de nossa entidade demonstrou sua visão monolítica de sindicato ao rejeitar críticas por não construir orientações precisas que armem a categoria para enfrentar o assédio e as pressões pela reabertura das escolas, que tendem a aumentar ao longo das próximas semanas, e ao mesmo tempo, ao não aceitar que faz parte do ambiente democrático da entidade as críticas e disputas de propostas para fortalecer a unidade na luta contra a política genocida de Bolsonaro e Dória.
Não concordamos com o vale tudo na disputa de ideias, não aceitamos ataques morais e calunias e muito menos que estes debates sejam levados a justiça burguesa. Devemos resolver em nossas instâncias as diferenças e problemas políticos.
Também cabe a reflexão sobre como construir a disputa por uma alternativa de direção para a categoria: as acusações infundadas ao Fórum de Oposições e nominalmente aos seus dirigentes, como instrumento de disputa política, distorções das posições políticas feita por setores minoritários de oposição e a autoproclamação com fins eleitorais não ajudam a construir a necessária unidade das oposições para resgatar efetivamente nossa entidade para as mãos da categoria e fortalecer a democracia sindical e o sindicato como instrumento de luta.
Ressaltamos que os ataques feitos por estes setores da oposição em grupos de whatsapp ou em boletins eletrônicos sobre supostos acordos, citando nominalmente o representante do Fórum de Oposições e diretor executivo eleito pela categoria, o professor Moacyr, é um método desleal, desrespeitoso, que fere a nossa tradição socialista pautada na verdade como instrumento de ação política. É uma conduta inadmissível e em nada contribui na unidade para uma APEOESP democrática, autônoma e de luta.
É preciso UNIDADE para derrotar Doria/Rossiele
Nos preocupamos com os estudantes do terceiro ano do ensino médio, do EJA e do CEEJA, por isso defendemos suas vidas e tendo muita lucidez em compreender que não reverteremos prejuízos educacionais aceitando que o governo submeta estes estudantes ao risco de morte e adoecimento.
Devemos nos somar às vozes que defendem o adiamento do ENEM para maio, como decidiu a maioria dos estudantes na consulta feita pelo próprio MEC, e que o governo Dória garanta meios materiais para que os estudantes que estão com dificuldades possam ter acesso aos conteúdos e atividades, seja através da compra e distribuição de instrumentos como tabletes, smartphones com acesso irrestrito a internet banda larga para todos estudantes e professores da rede, seja com a distribuição de cestas básicas para garantir a segurança alimentar às famílias dos estudantes, além da aprovação da renda básica estadual para todos trabalhadores e trabalhadoras que necessitem, inclusive para as professoras e professores eventuais sem salários desde abril.
Este deve ser o programa de unidade entre nossa categoria e a comunidade escolar para garantir os direitos educacionais de nossos estudantes e o direito à vida de todos nós: APRENDIZAGEM SE RECUPERA, VIDAS NÃO!
SÃO PAULO 22 DE SETEMBRO DE 2020
Assinam:
*APEOESP Na Escola e na Luta
CS - Conspiração Socialista
ENFRENTE !
MEOB
MOVE
Quinze de Outubro
RESISTÊNCIA
PARA UM NOVO COMEÇO
TLS - Trabalhadores na luta Socialista
UC - Unidade Classista