terça-feira, 25 de agosto de 2020

Em defesa dos Correios!

 

Os trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, conhecida popularmente como Correios, decretaram greve em todo o país na última segunda-feira, 17 de agosto. Dos 100 mil funcionários que trabalham nesta que é a maior e mais abrangente empresa do ramo de entregas do Brasil, cerca de 70 mil aderiram à paralisação que já completa uma semana de duração, e que conta com prazo indeterminado para acabar.

A greve eclodiu após vir a público que se consolidaria a suspensão de 70 das 79 cláusulas de um Acordo Coletivo feito entre os funcionários e a empresa em outubro de 2019 - e que deveria durar até 2021 -, através de uma liminar apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli ainda no ano passado, e que acabou por ser referendada na última sexta-feira, 21 de agosto, já em plena vigência da greve. Dentre os direitos retirados ou atingidos pela revogação do acordo, estão a diminuição da licença maternidade de 180 para 120 dias, o fim do pagamento de horas-extras e adicional noturno e o fim do auxílio-creche, além do aumento da alíquota do plano de saúde dos funcionários.

Assim como outros segmentos de entregadores, os trabalhadores dos Correios pertencem a uma categoria de serviços essenciais, e estão entre aqueles que mais estiveram expostos a Covid-19, e não apenas não pararam de trabalhar um momento se quer, como ainda viram a demanda por seus serviços aumentarem por conta da pandemia. Mas não apenas as questões de natureza trabalhista sustentam a greve dos trabalhadores. A exemplo do que ocorre com outras importantes estatais brasileiras, os Correios estão também ameaçados pelo planos de privatizações do governo, ao que os grevistas se mostram severamente contrários, fazendo dessa a maior e mais importante bandeira do movimento.

Não há empresa ou riqueza nacional que hoje não esteja sob a mira do fogo da agenda ultra-liberal lançada pelo movimento golpista que assaltou o Brasil em 2016, e que se perpetua de forma quase despótica nas mãos de Bolsonaro e Guedes, que aceleram como nunca o entreguismo de nosso patrimônio, a dependência e o atraso econômico do país, sob um regime cada vez mais abertamente violento e destituído de vias democráticas. Devemos salientar ainda que, o sucateamento dos Correios tem impacto direto nas condições de trabalho e na qualidade dos serviços prestados, nos últimos anos, até o momento cerca de 21 mil funcionários deixaram de trabalhar na empresa, e mais de 450 agências em todo o país foram fechadas. Ainda que a empresa registre saldo positivo desde 2017, e que desde 2009 não possua o monopólio de serviços de entregas de mercadorias, argumentos como a baixa rentabilidade e a inexistência de concorrência no ramo são usados deliberadamente pelos embaixadores do neoliberalismo.

Os Correios cumprem antes de tudo o papel de garantirem um serviço essencial à nação, pois são a única empresa do ramo que atuam em todas as 5.570 cidades brasileiras, garantindo o atendimento a regiões inteiras que jamais viriam a ser contempladas por qualquer iniciativa privada por menos que o preço de sua dignidade. Vale lembrar que a Federação dos Trabalhadores em Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – a Fentect, se expressa acertadamente quando relaciona os ataques aos direitos dos trabalhadores à intenção de se vender os Correios, afinal todos sabem, menos empecilhos trabalhistas tornam mais rentável o leilão..

Seja aos que ali trabalham, seja aos que solicitam seus serviços, a privatização desta que é uma empresa pública estratégica não aponta qualquer horizonte positivo para os brasileiros, ao contrário, terá como tarefa apenas inflar os bolsos dos vencedores e dos marajás patrimonialistas, donos e árbitros do típico e usual jogo da privataria.

Em defesa dos Correios, juntos dos trabalhadores e trabalhadoras  que hoje lideram essa importante luta contra o retrocesso, nos colocamos a dizer não às demissões, não ao trabalho sem direitos, não à privatização!


 Diego Cana, membro da Direção da Enfrente!



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Direito a Vida é inegociável!

 

O Direito a Vida é inegociável!

 

A volta às aulas sem vacina será uma chacina!

Diante do gravíssimo momento e a singularidade em que vivemos e enfrentamos a pandemia do Covid-19 com a perda de mais de cem mil vidas por esta terrível doença, vimos aqui nos posicionar a respeito.

Com este quadro assustador o governo João Dória planeja o retorno das aulas no mês de outubro, não garantindo condições mínimas sanitárias para os docentes, alunos/as, funcionários e familiares.

O secretário da Educação estadual Rossieli reavalia o protocolo do Plano São Paulo de Flexibilização para transferir a responsabilidade do retorno a cada diretor escolar, isentando-se das responsabilidades legais que um chefe de governo deve ter.

Sabemos que o retorno das aulas irá contribuir com o aumento do índice de contaminações e essa inconsequência produzirá ainda mais mortes.

Reafirmamos que, mesmo com todas as manobras arquitetadas pelo governo João Dória/Rossieli visando o retorno forçado às aulas presenciais, tais manobras serão duramente combatidas em nome do bom senso e da responsabilidade nesse grave momento por que passa a sociedade paulista e brasileira.

Deixamos claro também que não aceitaremos a banalização da vida e, por isso mesmo, somos terminantemente contra o retorno às aulas no Estado de São Paulo como insiste o governador João Dória, seu secretário da educação Rossieli Soares e seus comandados, pressionados que estão pela burguesia capitalista que só pensa na economia e nos seus lucros.

A educação supõe a defesa de princípios fundamentais como a vida, a convivência fraterna e afetiva no espaço escolar, princípios estes hoje ameaçados por atitudes irresponsáveis diante da pandemia e o descaso do poder público com sua política genocida patrocinada pelos governos municipal, estadual e principalmente pelo governo federal.

 

Não ao retorno às aulas.

#Toda vida é única e insubstituível!

#Forabolsodoria

E N F R E N T E!

Lúcia Denardi, membro da Direção da Enfrente

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Reabrir escolas sem vacina será uma chacina!

https://youtu.be/UWHJIxmH0v8





"Uma realidade que ninguém queria 
Vivemos uma pandemia
Uma experiência que não conhecíamos
Casa sem festa, muito vazia
Aniversários diferentes do que fazíamos

Buscando preservar a vida
As escolas fechadas sem alegria
Da garotada toda envolvida
Cheia de juventude e euforia

Não passamos do perigo ainda
O vírus anda solto por aí
Matando e tirando a vida
Mesmo de quem não se distrair

Não é a hora de reabrir escolas
O conteúdo pode esperar
A vida deve se preservar
Pois com a vida não se vacila
Reabrir escola sem vacina
Será uma chacina

O passado sempre nos ensina
A História nunca nos mente
Somos contra política assassina
Por isso seguimos Enfrente!”

Alessandra Gurgel, membro da Direção da Enfrente