sexta-feira, 29 de maio de 2020

NOTA DA ENFRENTE: Contra o genocídio da população negra.

NOTA DA ENFRENTE: Contra o genocídio da população negra.
Nós últimos dias perdemos o menino João Pedro de 14 anos, assassinado dentro de sua casa no complexo do Salgueiro, favela na região metropolitana do Rio de Janeiro, morto por um tiro disparado pela polícia. Perdemos também George Floyd, trabalhador negro sufocado até a morte pela polícia estadunidense, desarmado, em frente as câmeras. Estes não são casos isolados, ambos foram alvos do terrorismo do Estado capitalista, o racismo estrutural é parte do capitalismo.
"Não existe capitalismo sem racismo", dizia o militante Malcolm X.
A classe trabalhadora precisa enfrentar os racistas, reagir organizadamente "por todos os meios necessários" contra o genocídio do povo negro.
Nos EUA a reação ao assassinato de Floyd já começou como revolta popular, com barricadas erguidas por trabalhadores negros, brancos e latinos contra o terrorismo de estado.
No Brasil um jovem negro morre a cada 23 minutos. A classe trabalhadora brasileira precisa transformar sua indignação em enfrentamento, seu luto em luta.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

18 de maio: Dia da Luta Nacional Antimanicomial


Em meio a tantos retrocessos em nossa sociedade, falar da luta antimanicomial é mais do que necessário.

A exemplo de outros países mundo afora, o Brasil viveu dias tenebrosos no que se refere a saúde mental. Confinamento indiscriminado e compulsório. Doenças e transtornos mentais leves a moderados tratados como casos de demência. Prostitutas, homossexuais, moradores de rua, alcoólatras, vítimas de estupro, mulheres com senso de liderança, contestadores e militantes políticos. Ou casos de doenças mentais mais graves, todos num mesmo destino: o manicômio.

Eletroconvulsoterapia, sedativos pesados, super lotação, ausência total de condições de higiene, alimentação, abrigo e atendimento inadequado. Esta era a realidade dos manicômios.

Podemos citar vários casos, como o famoso Juquery, no município de Franco da Rocha, na grande São Paulo, e o famigerado Hospital Colônia de Barbacena (MG), escrito e documentado como uma filial do inferno.

“Crianças pelo chão, entre moscas. Nenhum brinquedo, um psiquiatra qualquer […] Pessoas aleijadas, arrastando-se pelo chão, feito bicho. Agrupadas para não serem pisoteadas na hora da comida. Esperando a maca, a liberdade somente possível através da morte. Um asilo medieval, de pedra e barras de ferro. Úmido, frio e indesejável. Celas e eletrochoques, e todas as torturas médicas. Nenhuma assistência ou calor humano. Como em um campo de concentração”. — Hiram Firmino, 1979.

Até hoje a justiça não foi feita. Mais de 60.000 pessoas morreram no Hospital de Barbacena. Até hoje não houve investigação das mortes, nem dos indícios da venda de corpos para as faculdades de Medicina de MG, uma vez que o cemitério local não comportava mais corpos e estes simplesmente sumiam.

Contra este estado de "tratamento mental", teve início, com a corajosa psiquiatra Dra. Nise da Silveira, uma verdadeira revolução no tratamento da saúde mental no Brasil. Aluna de Carl Jung, lutou contra o eletrochoque, a lobotomia e o confinamento. Foi a única mulher da turma da Faculdade de Medicina da Bahia em 1931. Foi presa na Era Vargas por porte de livros marxistas.

Entre os anos 40 e 50, passou a desenvolver diversas atividades artísticas junto aos pacientes, revolucionando a psiquiatria no país através de estúdios de modelagem e pintura, além de também introduzir a terapia com o convívio de animais.

Em 1956, criou a Casa das Palmeiras, para reabilitação de ex internos de manicômios, o que viria a ser o embrião do conceito de CAPS - Centro de Atenção Psicossocial.
Já em 1987, no dia 18 de maio, profissionais da saúde mental, reunidos em Bauru/SP, iniciaram um movimento que deu origem ao SUS e a permanente luta antimanicomial, que não deve jamais ser esquecida.
 Nem um passo atrás!

Trancar não é tratar!

Professora Alessandra Gurgel



sábado, 16 de maio de 2020

ENFRENTE! #AdiaEnem

A Enfrente subscreve a Nota do Cursinho Passo à Frente, exigindo o adiamento do Enem para que nenhum estudante seja prejudicado.



Cursinho Passo a Frente na luta pelo Adiamento do ENEM-#AdiaEnem e #15M.


O Cursinho Passo à Frente, em seus sete anos de aulas preparatórias para o ENEM e Vestibulares, ofertadas de forma gratuita por professores e professoras voluntários e voluntárias, tem sido espaço de formação pré universitária e organização estudantil.


Experiência de contato e apoio mútuo entre estudantes de escola pública e o sindicato dos Professores - APEOESP Subsede São Bernardo. O cursinho oferece aulas voluntárias para aqueles que querem estudar as matérias do ENEM e vestibulares, assim como questionamento e organização contra as estruturas que impedem milhões de jovens de acessar ou que permaneçam nas universidades.


Em 15 de maio de 2019, o Cursinho Passo à Frente esteve junto com a APEOESP São Bernardo e milhões de estudantes e professores nas ruas, se manifestando contra os cortes na Educação. Hoje 15 de maio de 2020, frente a pandêmia estamos nas redes, nos manifestando pelo adiamento do ENEM, com as hashtags



#AdiaEnem e #15M.A posição do ministro da educação Weintraub é uma posição oportunista e reacionária, contrário à ciência e as medidas sanitárias. Ele usa a data do ENEM para fazer pressão contra os estudantes para que se manifestem pedindo o fim da quarentena e a volta às aulas para que possam estudar para o ENEM. A posição do governo bolsonaro é portanto chantagear estudantes, colocando em risco as vidas e sonhos daqueles que vão prestar ENEM.

Por isso em mais um 15 de maio estamos contra esse governo, inimigo da juventude e dos professores e professoras, inimigo das universidades e das ciências.

Frente à Pandemia e os problemas que enfrenta a juventude trabalhadora, exigimos o adiamento do ENEM, bem como exigimos adoção imediata de um conjunto de medidas sanitárias e econômicas pra que a classe trabalhadora possa sobreviver a pandemia e seguir batalhando por seus sonhos. #AdiaEnem. #15M

Coordenação do Cursinho Passo a Frente
Apoio - Movimento Estudantil Livre
Enfrente!

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Mais um ministro de Bolsonaro sai de cena.


Mais um ministro de Bolsonaro sai de cena. 

Em meio a uma pandemia provocada por um vírus ainda pouco conhecido e que mata indiscriminadamente, passamos pela demissão de Luiz Henrique Mandetta e, em menos de um mês, o pedido de exoneração de Nelson Teich. 

Ao que tudo indica, Bolsonaro não irá descansar enquanto não conseguir um ministro da saúde que concorde com a sua necropolítica. 
Não irá descansar enquanto não nomear algum profissional da saúde que aprove o fim do isolamento social e do uso indiscriminado da hidroxicloroquina. 

Não vai descansar enquanto não romper o isolamento e ver o vírus se espalhar mais ainda Brasil afora e vitimar as pessoas mais do que em qualquer outro lugar do mundo. 

Não vai parar enquanto não encontrar um profissional da saúde que autorize o uso da cloroquina, como teste em cobaias/seres humanos - substância sem nenhuma confirmação científica de resultado de tratamento contra o COVID-19. Substância que tem provocado mortes por arritmia cardíaca. 

Até onde vai esta necropolítica? 

#ForaBolsonaro

#EleicoesDiretasJa 

#Enfrente! 




quarta-feira, 13 de maio de 2020

13 DE MAIO: VAMOS DENUNCIAR O RACISMO E REESCREVER A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASIL

Por Aldo Santos

Nestes 132 anos que nos separam da farsa da “abolição” da escravatura no Brasil, os negros carregam dupla herança de exploração e exclusão: enquanto pobres, submetidos à marginalização imposta pelo capitalismo, comum à imensa maioria da população brasileira; enquanto negros, ainda hoje sofrem com as conseqüências do racismo, embora escancarado, não assumido.

A discriminação se dá nos variados setores da sociedade, desde a falta de acesso ao mercado de trabalho (e à salários compatíveis com brancos em mesma função), à educação, bem como e sobretudo à ausência nas instâncias de poder e decisão, quer nos setores políticos, sociais ou religiosos.

Do ponto de vista teológico, a escravidão foi justificada a partir do relato bíblico, (gênesis. 9,18-27), conforme consta do livro (Racismo, Preconceito e Intolerância de Edson Borges, Carlos Alberto Medeiros, Jaques D´Adesky, pág, 15, editora Atual, terceira edição.).”Em decorrência da praga rogada por Noé-Maldito seja Canaã, filho de Cam-, a história registrou diversas leituras preconceituosas daquele mito bíblico, como a que relata que, desde então, a vontade divina repartiu o mundo entre os filhos de Jafé (Europeus), Sem (Semitas) e Cam (africanos)”. ”O pecado original dos negros e a maldição de Cam são temas abordados também pelo professor de literatura brasileira Alfredo Bosi, em um brilhante trabalho intitulado Sob o signo de Cam, no qual analisa os dois mais belos poemas de Castro Alves, Vozes d´África e o navio negreiro, concluindo que esses velhos mitos bíblicos serviram ao novo pensamento mercantil para justificar o tráfico negreiro”. O mesmo livro faz referência a publicação de Edílson Marques da Solva que em seu livro “ negritude e fé, afirma que uma teologia de caráter racista esteve na base de todo o processo de colonização do Brasil”.

A história oficial, sob a ótica dos brancos-colonizadores, impregnou na sociedade por mais de quatro séculos a visão preconceituosa que associa o negro à escravidão, à improdutividade e à inferioridade. No entanto, o resgate histórico das experiências de resistência da raça negra e de outros segmentos da maioria oprimida é uma prática recente e que nos remete a heróis como Zumbi dos Palmares e sua luta de libertação.

O Quilombo de Palmares foi uma ousada aventura libertária que resistiu quase 70 anos às investidas do governo colonial. Lá viveram em torno de 20 mil escravos que lutaram por sua liberdade, organizando um novo modelo de sociedade. A história do Brasil na leitura e perspectiva do negro aponta o marco da verdadeira Consciência Negra como sendo o Dia 20 de Novembro, data em que assassinaram Zumbi dos Palmares, no ano de 1695.

Se a exploração e o massacre marcaram e marcam até hoje a história dos negros no Brasil, também é verdade que a utopia dos quilombos alimenta a fome de liberdade e de identificação desta raça, que ainda hoje,apesar de discriminada e violada em seus direitos básicos e em sua dignidade, resiste com sua cultura e seu poder de resistência a toda e qualquer violência perpetrada pelos atuais senhores da Casa Grande.

Ao contrário de representar uma reparação às atrocidades e desrespeito com a raça negra, (a abolição de 13 de maio de 1888 foi uma saída de mercado. A proibição do tráfico negreiro (lei Eusébio de Queiroz, 1850) foi motiva por pressões externas de países onde o capitalismo já avançava em sua fase industrial, processo este liderado pela Inglaterra. Longe de ser um gesto humanitário da Senhora Isabel, este ato significou a mudança nas relações econômicas e no padrão de consumo. As transformações econômicas, porém não significaram mudanças na qualidade de vida da população negra. Da escravidão abjeta e desumana, o povo negro foi atirado no abandonando passando a perambular em busca de abrigo e alimento, muitas vezes doente e moribundo, sem amparo dos senhores de engenho e do Estado, tanto Monárquico quanto o Estado Positivista “Ordem e Progresso” Republicano.

A importação de escravos transformou-se em contrabando, elevando o preço do escravo e a sua utilização enquanto mão de obra anti-econômica. Assim, paralelamente o governo monárquico brasileiro passou a incentivar a importação de trabalhadores europeus.

Desta forma se dá a transição do trabalho escravo negro para o trabalho “livre”. Por não atenderem mais as necessidades do mercado, milhões de trabalhadores negros se viram abandonados, sem direitos, sem trabalho, sem casa, sem família, destituídos de lugar social.

Como bem expressa o texto produzido pelo Fórum Nacional dos Trabalhadores Negros: “Saímos, então, das mãos dos sinhozinhos e caímos na marginalidade por falta de trabalho remunerado e casa para morar. Este é um dos motivos que neste dia 13 de maio não podemos comemorar a libertação. Pelo contrário, hoje o preconceito racial está mais vivo do que nunca”.

Com a palavra os trabalhadores negros: “Nós negros somos discriminados e marginalizados, nossas crianças são vítimas da violência. Cerca de 70% dos assassinatos de menores no Brasil na faixa de 13 a 17 anos são de negros. A maioria é nascida em favela e pertencem a famílias com uma renda inferior a um salário mínimo “. (Documento da Anistia Internacional).

As mulheres negras estão sendo esterilizadas, sem ao menos ter o direito de escolha… A maior ocorrência tem sido nas regiões Norte e Nordeste… Somos discriminados no local de trabalho. Os jornais trazem anúncio solicitando pessoas de “boa aparência” – racismo velado – para contratação. Na verdade há diferenças salariais. Tem negro que faz o mesmo tipo de trabalho de um branco e recebe salário menor – os brancos representam 57% da força de trabalho e ficam com 72% do rendimento, enquanto os negros e pardos representam 40% da força de trabalho, ficando apenas com 25% do rendimento – Os negros são alvo de preconceito também pela polícia. Basta um negro ficar na rua à noite e não ter registro em carteira para ser considerado marginal – Pesquisa da Datafolha, realizada com 1080 entrevistados, dois dias após a exibição do vídeo pela TV, onde policiais militares de Diadema apareceram torturando e extorquindo civis e dando o tiro que matou o mecânico Mário José Josino, parado durante a blitz na favela Naval, mostrou que os negros são abordados com maior freqüência pela polícia, recebem mais insultos e mais agressões físicas que os brancos ou qualquer outro grupo étnico. Entre os entrevistados da raça negra, quase a metade (48%) já foi revistada alguma vez. Desses, 21% já foram ofendidos verbalmente e 14%. agredidos fisicamente. Enquanto entre os brancos, 34% já passaram por uma revista policial, 17% ouviram ofensas e 6% já foram agredidos, ou seja, menos da metade da incidência com negros.

Contra fatos não há argumento.
O racismo existe e deve ser exterminado da sociedade.

– Contra a discriminação racial no mercado de trabalho;

– Contra a discriminação da mulher;

– Contra a violência policial sobre pobres e negros;

– Pela extinção dos conteúdos discriminatórios e xenófobos nos livros e materiais didáticos;

– Pela inclusão de fato da História da África no currículo escolar;

– Em defesa das políticas de reparações históricas e a instituição das cotas para negros nas faculdades públicas, autarquias e particulares .

– Pelo feriado de Nacional de 20 de novembro.

– Pela implantação da capoeira na grade curricular das escolas públicas municipais e estaduais.

– Pela organização do “Museu da Raça Negra” nas cidades Brasileiras.

– Pela implantação nos municípios de Secretarias de Gênero etnia, para encaminhar as demandas gerais e específicas.

Aldo Santos-ex-vereador em SBC, coordenador da APEOESP SBC, Diretor da APROFFESP , vice presidente da  APROFFIB, militante do Psol e da Enfrente!

PARTICIPE DA LIVE - 13 DE MAIO ÁS 17h00 

Importante debate promovido pelas Associações de Filosofia Aproffesp e Aproffib. Com Aldacir Fonseca de Souza, representando o Movimento Negro, Luanda Julião a Aproffesp, Marcos Silva e Silva a Aproffib e Aldo Santos representando a Enfrente!



terça-feira, 12 de maio de 2020

12 DE MAIO: TUITAÇO ÀS 20h30 - HOMENAGEM AOS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM


A Enfrente, parabeniza e presta homenagem a todos/as os/as profissionais que estão na linha de frente no combate ao Covid-19, reafirmando o compromisso assumido na nota: 

CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE A POBRES E IDOSOS/AS


"Neste sentido, devemos repudiar e fazer campanha em favor da vida, não permitindo que se aprove este consentimento legal, que é uma espécie de licença para matar ou deliberadamente deixar alguém morrer. Não podemos naturalizar o que não é natural. Para tanto, vamos lutar por: 

- Campanhas de valorização salarial e indispensáveis equipamentos de proteção aos trabalhadores da Saúde; 

- Taxação das grandes fortunas, estabelecendo renda básica aos trabalhadores desempregados; 

- Manutenção do distanciamento - isolamento social; 

- Estatizar e direcionar empresas para produção de insumos, remédios e vacinas, para o efetivo atendimento médico humanizado; 

- Assegurar aos indígenas o direito à sua existência, impedindo as atuais agressões contra nossos povos primeiros que não possuem as mesmas defesas imunológicas que os brancos têm; 

- Unificar os trabalhadores do campo e da cidade contra a política genocida do presidente e seus apoiadores; 

- Ocupar os leitos dos hospitais privados para o atendimento igualitário dos doentes o mais rápido possível; 

- Retomada do convênio com o governo cubano para trazer de volta os milhares de médicos que tiveram de deixar o país devido à hostilidade do atual governo, para ampliar o atendimento às pessoas desassistidas; 

- Exigir o exame “revalida”, não aplicado desde 2017, para os milhares de médicos que se formaram no exterior e estão incapacitados de exercer a medicina no país por mera formalidade burocrática e corporativista. 

- Ampliar a luta pelo “#Fora Bolsonaro”, cassação da chapa e por novas eleições no Brasil, antes que o caos se instale de vez! 

      No mundo da barbárie capitalista, unamo-nos no esforço de construção de uma sociedade democrática e socialista!"


PARTICIPE: 12 DE MAIO TUITAÇO EM HOMENAGEM AOS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

NOTA DA ENFRENTE! CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE A POBRES E IDOSOS/AS


        Diante desta licença para matar, precisamos fazer uma ampla campanha contra o protocolo de morte que vem sendo instruído no Rio de Janeiro e, na prática, em vários estados brasileiros; e que os Estados assegurem a todos e todas o direito à vida, independentemente de seu estado de saúde ou idade. 

       Sabemos que a discriminação já ocorre no cotidiano do atendimento público, mas a sociedade precisa reagir contra esta política da “velhofobia” ou gerontofobia, da necropolítica, de tratar o idoso como uma sucata humana e de implementar uma “cultura” da banalização da vida. Esse debate não deve se limitar aos interesses e conveniências dos políticos e das entidades médicas responsáveis pela Ciência, pois, mais uma vez, vai contra o juramento de Hipócrates, Pai da Medicina (460 – 377 a.C.). Os defensores desse tipo de licença para matar os indefesos, os fragilizados e os idosos, fogem à razoabilidade humana e ao primado da vida em todos os aspectos. 

      Somente numa sociedade doente e de orientação nazifascista é que estes pressupostos foram adotados, desrespeitando as crenças e valores do nosso povo e fugindo ao debate da Bioética. Verificamos na sociedade um “abandono de incapazes” para com os idosos os quais não estão pedindo favor, uma vez que todos contribuímos com os impostos arrecadados pelo Estado e a devolutiva é dever do mesmo, independente do estado de saúde em que o cidadão se encontra, principalmente os mais velhos. 

       Essa atitude desumana nesses tempos obscuros é um triste atestado de falência do modo de produção capitalista que, assim, demonstra seu esgotamento e sua derrocada é irreversível, mas que precisamos acelerar com a nossa ação revolucionária. Precisamos, ao contrário do que querem manter o sistema de exploração, avançar no debate sobre a valorização dos "jovens há mais tempo", criando as Escolas Sapienciais, valorizando os idosos e idosas, uma vez que os mesmos são portadores de profunda sabedoria, letrada ou não, adquirida e acumulada pela leitura, estudo e vivência do mundo, durante toda sua vida. Negar esse capital humano, além de ser desumano, é burrice! 

       O recorte histórico de classe nesta pandemia está escancarado, uma vez que os sacrificados são os da periferia, independentemente de idade, pois ainda nos deparamos com dois mundos, aqueles do mundo do atendimento privado em grandes e ricos hospitais e aqueles do mundo dos abandonados que são atendidos pelo sucateado Sistema Único de Saúde – SUS, ora morrendo em casa ou nas portas dos hospitais ou corredores das enfermarias, implorando pela necessidade vital e pelo direito de respirar. 

       Neste sentido, devemos repudiar e fazer campanha em favor da vida, não permitindo que se aprove este consentimento legal, que é uma espécie de licença para matar ou deliberadamente deixar alguém morrer. Não podemos naturalizar o que não é natural. Para tanto, vamos lutar por: 

- Campanhas de valorização salarial e indispensáveis equipamentos de proteção aos trabalhadores da Saúde; 

- Taxação das grandes fortunas, estabelecendo renda básica aos trabalhadores desempregados; 

- Manutenção do distanciamento - isolamento social; 

- Estatizar e direcionar empresas para produção de insumos, remédios e vacinas, para o efetivo atendimento médico humanizado; 

- Assegurar aos indígenas o direito à sua existência, impedindo as atuais agressões contra nossos povos primeiros que não possuem as mesmas defesas imunológicas que os brancos têm; 

- Unificar os trabalhadores do campo e da cidade contra a política genocida do presidente e seus apoiadores; 

- Ocupar os leitos dos hospitais privados para o atendimento igualitário dos doentes o mais rápido possível; 

- Retomada do convênio com o governo cubano para trazer de volta os milhares de médicos que tiveram de deixar o país devido à hostilidade do atual governo, para ampliar o atendimento às pessoas desassistidas; 

- Exigir o exame “revalida”, não aplicado desde 2017, para os milhares de médicos que se formaram no exterior e estão incapacitados de exercer a medicina no país por mera formalidade burocrática e corporativista. 

- Ampliar a luta pelo “#Fora Bolsonaro”, cassação da chapa e por novas eleições no Brasil, antes que o caos se instale de vez! 

      No mundo da barbárie capitalista, unamo-nos no esforço de construção de uma sociedade democrática e socialista!



Enfrente! Corrente Política, Sindical

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Participe da Live "Isolamento social e aumento da violência doméstica" - 11/05 - 17 horas

Com o inevitável e mais do que necessário isolamento social para salvar as nossas vidas, as feridas sociais estão mais abertas e expostas do que nunca. Uma delas, é a violência doméstica. 

Em briga de covarde e mulher, se mete a colher!

Venha refletir, debater e denunciar a crescente violência contra as mulheres. Não perca!

Presenças confirmadas:

Mônica Seixas - feminista negra, ambientalista, mãe e Deputada Estadual pela bancada ativista no PSOL

Professora Lúcia Denardi - Filósofa, professora nas redes Municipal e Estadual de Ensino de São Paulo 

Professora Rita Diniz - CMDM - Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Salto/SP

Professora Lúcia Peixoto - Filósofa, professora na rede Estadual de Ensino São Paulo, Presidenta da Aproffesp 

Professora Alessandra Gurgel - Historiadora, escritora, professora na rede Estadual de ensino de São Paulo 

Professora Dra. Karen Fonseca - Geógrafa, Cientista Social, pesquisadora em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC

Anote aí: dia 11/05, segunda-feira, às 17 horas.
Esperamos você!

Pelo Facebook: página Enfrente!

Pelo Youtube: Net_Enfrente

Até lá!


sexta-feira, 1 de maio de 2020

Participe da Live promovida pela APROFFESP e pela APROFFIB. 1° De Maio às 16 horas.Os desafios do mundo do trabalho na atualidade.

Com a participação do nosso Coordenador Aldo Santos representando a Enfrente!



https://aproffesp.blogspot.com/2020/05/1-de-maio-as-16-horas-live-os-desafios.html