O conflito armado que se desenvolve na Ucrânia após a intervenção da Rússia provocou a reação das nações pelo mundo todo. Campanhas de desinformação e mentiras jorram dos grandes veículos de mídia de forma ininterrupta.
Os protestos de Euromaidan em
2013 e 2014, como ficaram conhecidos os eventos que culminaram no golpe de
Estado que derrubou o então presidente
Viktor Yanukovitch, fizeram com que a Ucrânia fosse lançada na rota de colisão
entre a Rússia e o imperialismo estadunidense. O atual presidente Volodymyr
Zelensky, assim como seu antecessor Petro Proshenko asseguraram que seu país se
tornasse satélite da politica externa dos EUA e da União Europeia na região, se
utilizando da barbárie dos batalhões neonazistas contra as organizações
sindicais, movimentos populares, oposição politica e minorias étnicas. A
guerra-civil contra os separatistas que proclamaram as repúblicas populares de
Donetsk e Lugansk, já vitimou mais de 15 mil pessoas em quase oito anos de
conflito. Este estado de violência permanente é o que sustenta de fato o atual
regime ucraniano e o torna uma potencial base militar da OTAN nos limites da
fronteira europeia com a Rússia.
O mundo unipolar que surgiu após
o colapso da União Soviética mostra seu definhamento, as inúmeras e prolongadas
crises que o capitalismo tem passado ao longo das décadas abalaram a atual
ordem imperialista, e com a ascensão da China e sua aproximação com a Rússia,
os EUA se veem obrigados a lançarem mão de todo tipo de estratégia para manter
sua hegemonia global. As ameaças de Putin frente à entrada da Ucrânia na OTAN
não fizeram com que Biden e Zelensky recuassem de seus propósitos, o isolamento
politico, a neutralização militar e o estrangulamento financeiro da Rússia
fazem parte da política externa de Washington, os reais objetivos da expansão
da OTAN desde o fim da Guerra Fria não somente nos países do antigo Pacto de
Varsóvia, mas em países ao redor de todo o mundo, não são outra coisa senão a
sanha de dominação de todo o globo pelo imperialismo.
Diante do prosseguimento das
negociações entre o governo ucraniano, União Europeia e EUA para sua
incorporação à OTAN, Putin declarou o reconhecimento oficial por parte da
Rússia à independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk. Neste momento,
tropas russas foram enviadas, em acordo com os separatistas para suas
fronteiras com a Ucrânia, para conter as forças paramilitares pró-regime e dali
iniciar a ofensiva em direção à Kiev. A
contra-ofensiva do governo ucraniano e a resiliência de Zelensky em recuar das
decisões que levaram a esta situação foi legitimada por seus aliados,
armamentos passaram a ser despejados no país pela fronteira polonesa e
distribuídos aos civis, enquanto o cerco diplomático à Rússia se opera e se
afirma mundo à fora.
É necessário que esta guerra seja
interrompida e chegue ao fim imediatamente, seu prolongamento apenas
sacrificará cada vez mais vidas humanas, e para que tal desfecho se realize, é
necessária a retirada da OTAN do leste europeu e a retirada das tropas russas
do território ucraniano. As organizações
politicas e movimentos sociais de todo o mundo devem defender que seja
reestabelecida a soberania do povo ucraniano e a paz entre os trabalhadores, o
cessar do abastecimento e distribuição de armamentos vindos dos países
europeus, a desnazificação completa de suas forças policiais e militares e o
reconhecimento da independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk,
na defesa de que os ucranianos sejam os únicos a decidirem o destino da sua
nação, e que nem seu país nem qualquer outro seja mais feito de trincheira
pelos interesses da burguesia imperialista. Para isso, os trabalhadores
ucranianos e russos devem se unir e se levantar contra os responsáveis por
terem mergulhado seus países em guerra.
Direção da Enfrente!
Março de 2022
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