Nos últimos anos temos visto inúmeras lideranças e manifestações políticas serem reprimidas e ultrajadas pelos que se apossaram do Estado brasileiro, e a crise humanitária pela qual passamos se torna a cada dia mais insuportável para os trabalhadores e trabalhadoras de todos os lugares, idades e segmentos. As classes dominantes se vêem incapazes de administrar a crise que criaram e enfiaram garganta abaixo da nação e, por conta disto, para assegurarem que seus interesses não sejam abalados, recorrem a um gradual avanço do cerco reacionário sob as organizações oposicionistas ao seu projeto nefasto.
Desde o golpe parlamentar de 2016, acumulam-se numerosos casos de perseguição política em nosso país, que com o estabelecimento do atual governo proto-fascista obtiveram um ganho qualitativo bastante expressivo. Prisões arbitrárias, listas com nomes de potenciais inimigos, marchas pedindo golpe militar e grupos que ameaçam invadir hospitais e prédios oficiais são algumas das coisas lamentáveis vistas nos últimos tempos, além do ressurgimento do resquício ditatorial que é a Lei de Segurança Nacional a qual vem sendo usada pelo governo atual de forma despótica para atingir seus opositores, atingindo desde “youtubers” a militantes de diversas causas contrárias à agenda conservadora e autoritária que se instaurou no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro.
Citemos como exemplos, a prisão do
ex-presidente Lula, maior exemplo recente deste crescente autoritarismo, que
sofreu um processo notadamente criminoso e que acabou sendo desmontado e
reconsiderado pelo judiciário brasileiro devido às suas próprias contradições.
Temos também o caso infame que atingiu o companheiro Aldo Santos, presidente do
PSOL em São Bernardo do Campo, que foi condenado em 2018 a perda de direitos
políticos e a pagar indenizações ao Estado brasileiro por conta de sua defesa da
Ocupação Santo Dias em 2003, quando era vereador pelo PT na cidade.
Recentemente tivemos também o caso
da prisão do ecossocialista Thiago Á’vila durante o despejo de famílias em uma
ocupação em Brasília, como também a de integrantes do PT, enquadrados na Lei de
Segurança Nacional por estenderem faixas com os dizeres “Bolsonaro Genocida” na
Praça dos Três Poderes. Na semana passada Guilherme Boulos, que há pouco tempo
fora intimado com demais integrantes do MTST, como o companheiro Anderson
Dalécio, de terem “invadido” o apartamento triplex do Guarujá pelo qual Lula
havia sido condenado, foi enquadradotambém pela LSN, acusado de ameaçar o
presidente em uma publicação no Twitter a cerca de um ano atrás, quando rebateu
uma fala autoritária de Bolsonaro, fazendo-o lembrardo destino que tivera a
dinastia absolutista de Luís XIV na França revolucionária da época.
A política de terra arrasada imposta
por este (des) governo tem o apoio do latifúndio, das corporações midiáticas e
financeiras, revela uma elite mesquinha que convive muito bem com a destruição
do país e de seu povo. Não podemos negligenciar o fato de que o governo de
Bolsonaro não terá pudor na sua tentativa de impor ao país um Estado de exceção
ditatorial, com o incessante crescimento da miséria social, econômica e a
política genocida despejada sobre as costas da população, o que nos leva a crer
que um levante das massas será inevitável e é apenas uma questão de tempo para
que ocorra, pois se torna cada vez mais uma necessidade para a própria sobrevivência
do povo.
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